Economia

Reincidência de calote após negociação chega a 56,4%

Num prazo mais curto, de três meses, três em cada dez consumidores que renegociaram suas dívidas ficaram novamente inadimplentes

Publicado em 01/10/2013 às 10:55

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Apesar de a inadimplência do consumidor estar em queda, a reincidência do calote é elevada. Mais da metade (56,4%) dos consumidores que limparam o nome voltou a ficar inadimplente um ano após ter renegociado a dívida, segundo estudo feito entre setembro de 2011 e maio deste ano pela Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).

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Num prazo mais curto, de três meses, três em cada dez consumidores que renegociaram suas dívidas ficaram novamente inadimplentes. O trabalho foi realizado na base de dados da companhia, que reúne 350 milhões de informações comerciais sobre consumidores e empresas, a maioria de CPFs (Cadastro de Pessoa Física).

"Esse resultado é um alerta para que o inadimplente faça um acordo pautado por um planejamento que possa ser cumprido", afirma o diretor de Inovação e Sustentabilidade da Boa Vista Serviços, Fernando Cosenza. Ele observa que o estudo é inédito. Portanto, não é possível traçar a evolução desse indicador de reincidência de inadimplência do consumidor.

De toda forma, na avaliação de Cosenza, dois fatores explicam esse resultado. O primeiro fator é estatístico. Isto é, com a expansão do crédito, aumentaram as possibilidades de inadimplência, tanto na primeira como na segunda vez, após renegociação das dívidas. "O número de pessoas renegociando dívidas atrasadas aumentou e o número de potenciais reincidentes também."

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 Mais da metade (56,4%) dos consumidores que limparam o nome voltou a ficar inadimplente um ano após ter renegociado a dívida (Foto: Divulgação)

Planejamento

O segundo fator, que na avaliação do especialista é o principal, diz respeito a forma como são feitas as renegociações. Ele diz que, imbuído de acertar as contas atrasadas e aproveitar os descontos oferecidos pelos credores, o inadimplente acaba não fazendo as contas direito. "Falta planejamento financeiro."

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Embora o estudo não tenha informações sobre o perfil do reincidente nem os motivos que o levaram a essa condição, Cosenza não acredita que o consumidor tenha sido levado a deixar de pagar as contas em dia porque voltou a consumir mais.

"Esse resultado não é preocupante", diz o economista da Associação Comercial de São Paulo, Emílio Alfieri. Isso porque o calote do consumidor está em queda. Em agosto, o calote recuou para 4,8%, aponta o BC. 

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