PÁSCOA
Enquanto chocolate, azeite de oliva, batata e arroz puxaram para cima a inflação da Páscoa, os peixes importados registraram deflação em 12 meses
A lista de pescados em plena safra neste mês inclui atum, cação, merluza, pescada, pescada maria mole, robalo, sardinha, tilápia e xaréu / DAVID B. TOWNSEND / UNSPLASH
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A queda na taxa de câmbio, com o dólar bem comportado, ao redor de confortáveis R$ 5,00 nos últimos 12 meses, minimizou a explosão nos preços de itens básicos na cesta de Páscoa. Enquanto chocolate, azeite de oliva, batata e arroz puxaram para cima a inflação, os peixes importados registraram deflação desde a Páscoa de 2023. Segundo a pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), o valor do bacalhau caiu 2,27% e o do salmão 8,93%. Mas, se mesmo assim as duas espécies típicas desta época do ano estiverem fora do seu orçamento, há outras opções de pescados mais baratos. A pesquisa do Ibre, que é ligado à Fundação Getúlio Vargas, apurou que a sardinha ficou 5,1% mais barata nos últimos 12 meses.
Mas, a lista de pescados em plena safra neste mês inclui atum, cação, merluza, pescada, pescada maria mole, robalo, sardinha, tilápia e xaréu. Todos eles estão no auge das capturas, portanto com preços menores que em outras épocas do ano.
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Dos ingredientes que costumam fazer parte das receitas de Páscoa de muitos brasileiros, o azeite foi o que mais encareceu de um ano para cá. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, o valor do produto subiu 44,23% desde a última Páscoa. E o motivo para essa alta foram as mudanças climáticas, que provocaram o terceiro ano seguido de seca nos principais países produtores de azeitonas, às margens do Mar Mediterrâneo, como Espanha, Itália, Grécia e Tunísia.
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Em segundo lugar na inflação da Páscoa, segundo o IBGE, ficou a batata-inglesa, que acumulou alta de 42,69% nos últimos 12 meses devido a dificuldades climáticas causadas por muita chuva na primavera e pouca água no verão.
O arroz também teve altas expressivas, com 30,72% desde o final do verão de 2023, devido à grande quebra na safra da Índia, maior produtora e maior consumidora do cereal no mundo.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS.
No caso dos chocolates, as mudanças climáticas também são o grande vilão da carestia. Desde 2023, as cotações do cacau seguem batendo recordes nas bolsas internacionais. Em Nova Iorque e Londres, o fruto superou valores máximos de quase 50 anos atrás.
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E o motivo é a seca nos principais produtores de cacau do mundo, a Costa do Marfim e Gana. As duas nações ficam na costa oeste da África têm enfrentado severa redução nas colheitas há três anos, impactando o mercado global do chocolate.