Economia

Por que marcas famosas como Forever 21 e Walmart não vingaram no Brasil

Essas e outras marcas chegaram com promessas ousadas, mas encontraram grandes obstáculos

Luna Almeida

Publicado em 09/06/2025 às 21:44

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Relembre os motivos que levaram cada uma delas a deixar saudade nos consumidores / Divulgação/Walmart

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Nem toda marca global que desembarca no Brasil consegue repetir por aqui o sucesso obtido em outros países. Enquanto algumas gigantes conseguiram se adaptar ao gosto e às exigências do consumidor brasileiro, outras enfrentaram desafios que inviabilizaram sua permanência no país.

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Foi o caso de nomes como Forever 21, Fnac, Walmart e Lush. Essas marcas chegaram com promessas ousadas, mas encontraram obstáculos estruturais, estratégias mal alinhadas e particularidades do mercado que culminaram em sua saída. 

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A seguir, relembre os motivos que levaram cada uma delas a deixar saudade nos consumidores.

Forever 21: moda acessível que não foi tão acessível assim

Lançada no Brasil em 2014 com a proposta de democratizar a moda jovem, a Forever 21 esbarrou em entraves que dificultaram a consolidação da marca no país. 

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A promessa de preços baixos, seu maior atrativo nos Estados Unidos, não se sustentou por aqui devido aos altos custos de importação, impostos e problemas logísticos.

Além disso, o modelo de negócios baseado em alta rotatividade de peças e escala não funcionou em solo brasileiro. 

A concorrência com plataformas asiáticas como Shopee e Shein, que ofereciam preços mais competitivos e logística mais eficiente, acelerou o processo de retração da empresa.

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A crise global também influenciou: em 2019, a matriz da Forever 21 entrou em recuperação judicial e cortou operações em mercados considerados menos lucrativos, incluindo o Brasil.

Fnac: conceito elogiado, vendas fracas

A rede francesa de tecnologia, cultura e entretenimento chegou a conquistar admiradores no Brasil, mas não conseguiu traduzir esse prestígio em vendas. 

Com lojas modernas e bem estruturadas, a Fnac acumulou anos de prejuízo e não alcançou a escala de vendas necessária para manter o padrão.

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Em 2017, a empresa foi vendida para a Livraria Cultura, que já enfrentava dificuldades financeiras. Menos de um ano depois, a Fnac encerrou todas as lojas físicas e também sua operação online.

Walmart: uma gigante que não entendeu o mercado brasileiro

Presente no Brasil desde 1995, o Walmart chegou com a meta de dominar o varejo, mas não conseguiu se adaptar ao comportamento do consumidor local. 

A estratégia de “preço baixo todo dia” não funcionou diante da preferência por promoções pontuais e descontos mais agressivos em determinados produtos.

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Problemas na integração das marcas adquiridas no país resultaram em uma operação confusa, com diversas bandeiras e formatos. 

A burocracia interna também dificultava decisões ágeis, e a crise econômica de 2015 a 2016 agravou ainda mais a situação. 

Em 2018, o Walmart vendeu 80% de sua operação brasileira para o fundo Advent, que reestruturou o negócio sob o nome Grupo BIG. Três anos depois, o grupo foi adquirido pelo Carrefour por 7,5 bilhões de reais.

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Lush: cosméticos sustentáveis sem fôlego financeiro

A marca britânica de cosméticos veganos e artesanais tentou entrar no mercado brasileiro duas vezes. A primeira tentativa foi encerrada em 2007, e a segunda, em 2018, mesmo com crescimento nas vendas. Em ambas as ocasiões, o alto custo da operação foi determinante para o encerramento.

Entre os principais problemas enfrentados estavam os impostos elevados, a logística cara e as dificuldades regulatórias. 

No segundo período, a Lush ainda enfrentou um cenário de instabilidade política e recessão prolongada, que tornaram inviável a continuidade dos investimentos e a obtenção de lucro no Brasil.

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Mesmo com diferentes propostas e públicos, as quatro marcas acabaram vítimas das mesmas dificuldades estruturais que, somadas a estratégias mal ajustadas ao perfil do consumidor brasileiro, selaram suas saídas do mercado nacional.

     

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