X

Economia

Nordeste, Norte e Centro-Oeste se destacam no PIB

A explicação pode estar no custo de trabalho, que ainda é mais barato, apesar de a defasagem na formação dos trabalhadores em relação a outros locais ter diminuído

Publicado em 28/06/2014 às 16:28

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Embora os números da economia brasileira sinalizem de forma cada vez mais clara a desaceleração da atividade em diferentes setores, alimentando a baixa confiança de empresários e consumidores, ainda existe no Brasil uma fronteira de crescimento. No cinturão formado por Nordeste, Centro-Oeste e Norte, o consumo, o mercado de trabalho e a economia como um todo ainda têm fôlego para exibir resultados superiores aos do Sudeste e do Sul, bem como da média do País.

Em 2011, último dado disponível, as três regiões juntas respondiam por 28,4% do total da renda gerada no Brasil, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) - um aumento de 2 pontos porcentuais em relação a 2002, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço em participação neste período foi contínuo, mas, além disso, elas passaram a ganhar em outras frentes.

No primeiro trimestre de 2014, o Nordeste gerou 1,04 milhão de postos de trabalho em relação a igual período de 2013, mais da metade do 1,77 milhão de vagas abertas no País inteiro no período. As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), também apurada pelo IBGE, que contabiliza tanto empregos formais quanto informais, embora ainda não conte com dados por setor. Trata-se do melhor desempenho entre as regiões, com alta de 4,9%, superior à média nacional, que aponta 2%.

"O Nordeste é o que vem apresentando o maior crescimento em termos de emprego e foi a região que mais contribuiu para a queda do desemprego nos últimos trimestres", observa o pesquisador Rodrigo Leandro de Moura, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

No primeiro trimestre de 2014, o Nordeste gerou 1,04 milhão de postos de trabalho em relação a igual período de 2013, mais da metade do 1,77 milhão de vagas abertas no País inteiro no período (Foto: Divulgação)

Segundo ele, a geração de postos de trabalho aumenta a massa de rendimentos obtida por uma população, impulsionando o consumo das famílias.

A explicação pode estar no custo de trabalho, que ainda é mais barato, apesar de a defasagem na formação dos trabalhadores em relação a outros locais ter diminuído, avalia Moura. A taxa de desemprego por lá também é mais elevada (de 9,3% no primeiro trimestre deste ano, ante 7,1% na média do País), o que se traduz em maior disponibilidade de mão de obra. "O Nordeste está um pouco mais longe do pleno emprego do que outras regiões. Por isso, a geração de vagas é mais robusta", explica o economista do Ibre/FGV.

O Centro-Oeste, por sua vez, abriu 181 mil postos de trabalho, o que significou avanço de 2,6% ante o primeiro trimestre de 2013. No Norte, foram 122 mil vagas, aumento de 1,8% - levemente abaixo da média nacional, mas ainda assim melhor que Sul e Sudeste, ambos com alta de 0,8% no período.

"O crescimento econômico está mais para Nordeste, Centro-Oeste e Norte, porque é lá que está a fronteira do consumo. Sul e Sudeste estão mais saturados", diz o economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

PIB

Na projeção da economista Camila Saito, da Tendências, o PIB brasileiro deve crescer 1,3% neste ano. Únicas acima da média, a Região Norte deve avançar 2,4%, enquanto o Nordeste terá expansão de 2,2%, e o Centro-Oeste, de 2,1%. Apesar de ficarem à frente das regiões mais desenvolvidas, as três regiões não conseguirão fugir à tendência de desaceleração.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cotidiano

Criminoso joga jovem no chão em tentativa de roubo em Guarujá; ASSISTA

Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento.

Santos

Passagem de ônibus não terá aumento em Santos, anuncia prefeito

O preço, portanto, permanecerá em R$ 5,25, valor que vigora desde fevereiro do ano passado

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter