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Estudo do Serasa Consumidor revela que os inadimplentes já somam 56,4 milhões de brasileiros. O valor total das dívidas em atraso é de cerca de R$ 243 bilhões. A inadimplência aumentou em relação a junho de 2014, quando 54,1 milhões estavam negativados.
Pesquisa da Serasa com 1.274 consumidores, realizada na semana passada, revela que o desemprego e a alta no custo de vida dificultam as finanças. Para 73% dos entrevistados, a situação econômica pessoal piorou em 2015.
Para os entrevistados, as principais razões apontadas para a decadência das finanças são a perda de emprego (31,87%) e o aumento do custo de vida/inflação (32,18%). A redução da renda justifica a situação para 17,82% das pessoas. Já o descontrole nos gastos da casa é mencionado por 12,56% dos entrevistados e outros 5,57% culpam despesas com financiamentos ou reformas.
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Ainda de acordo com a pesquisa do Serasa Consumidor, 69,62% dos entrevistados afirmam não estar com as contas em dia. Para aqueles que deixaram de honrar pagamentos no último mês, 60,36% não arcaram com uma ou duas contas. Outros 22,21% não pagaram três ou quatro contas e 17,43% afirmaram o acúmulo de cinco ou mais pagamentos em atraso nos últimos 30 dias.
Alternativas
A pesquisa também mostrou que as pessoas tentam encontrar alternativas para driblar a falta de recursos financeiros. Mais da metade dos entrevistados (55,34%) opta por cortar gastos ou economizar em algumas despesas. Pedir ajuda para familiares e amigos é a saída para 16,33% dos consumidores. Deixar de pagar o total da despesa do cartão de crédito é a escolha de 13,66% do total e usar o crédito disponível no próprio cartão de crédito é a opção para 7,69%. Apenas 6,99% afirmam que continuam a consumir, deixando de pagar algumas contas.
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Vendas do Dia dos Pais caem 5%
A última data comemorativa foi mais uma prova de que a crise econômica também chegou ao comércio. Segundo o Serasa, na semana do Dia dos Pais (3 a 9 de agosto), as vendas tiveram queda de 5,1% em todo o País em relação a semana de 4 a 10 de agosto do ano passado. Esta é a primeira queda que ocorre nesta data comemorativa desde o surgimento do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, em 2005.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) também registrou queda, a exemplo de outras datas comemorativas deste ano. O faturamento total no varejo registrou baixa de 4,5% em relação a 2014 (descontada a inflação), ou aproximadamente R$ 1,8 bilhão a menos do que no ano passado. A federação responde pelo Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista.
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O resultado apenas confirma o cenário já antecipado pela FecomercioSP. “A inflação elevada, os juros altos e a piora no mercado de trabalho derrubaram a confiança do consumidor para o menor nível em 12 anos. A desconfiança vem se traduzindo em um comportamento mais cauteloso por parte do consumidor, que compra menos e evita novas dívidas. Com isso, a queda das vendas no Dia dos Pais em 2015 segue os resultados obtidos nas datas comemorativas anteriores e acompanha o declínio das vendas do varejo como um todo”.
Assim também acredita o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Santos, Paulo Levi Latrova. “Para mim, o Dia dos Pais não existiu. Esta queda nas vendas segue o que já vem acontecendo durante todo o ano. Não esperava nada diferente”, explica o comerciante, que tem uma loja de bolsas, carteiras e cintos no Centro da Cidade.
Latrova não está otimista. Para ele, este quadro econômico só deve mudar no ano que vem ou se algo acontecer na política do País. “Está tudo se afunilando. Talvez se tiver um impeachment, as coisas melhorem. Mas não dá para ter muita esperança”, lamenta.
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Vendas equiparadas
As vendas foram melhores para as lojas de roupas masculinas. “As pessoas compraram itens mais baratos, mas compraram. Por isso, chegamos perto do que vendemos no ano passado”, explica a comerciante Luciana Burzichelli Ayub, proprietária da Camisaria Estudante.
A gerente Denise da Costa Fonseca, da loja Gomes, no Centro de Santos, também pontuou que as vendas deste ano foram equiparadas às do mesmo período no ano passado. “Vendemos bem no ano passado e este ano foi praticamente igual. A crise econômica não afetou em nada nas vendas”, garante.
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