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Economia

Guedes diz que dar aumento real ao salário mínimo pode gerar desemprego

Na avaliação do ministro, o ideal seria que o custo dos encargos que incidem sobre o trabalhador fosse reduzido

Folhapress

Publicado em 18/12/2019 às 21:31

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Guedes diz que dar aumento salarial pode ter efeito contrário para o trabalhador / Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (18) que um reajuste do salário mínimo acima da inflação no momento atual pode gerar desemprego em massa.

Apesar de indicar que o governo respeitará a exigência da Constituição e dará aos trabalhadores apenas a correção da inflação, o ministro disse que definirá o reajuste para o ano que vem até o dia 31 de dezembro.

"Quando perguntam se tenho uma política salarial, eu falo assim: O que você quer? Que eu anuncie o salário mínimo para três, quatro anos à frente, dizendo que vai aumentar bastante em termos reais? Se eu fizer isso hoje, eu posso estar estimulando desemprego em massa", disse em entrevista à imprensa.

Na avaliação do ministro, o ideal seria que o custo dos encargos que incidem sobre o trabalhador fosse reduzido, o que permitiria uma ampliação dos salários e um aumento nas contratações.

Essa é uma das ideias da equipe econômica para a reforma tributária. Entretanto, após o descarte de um imposto sobre pagamentos, o ministério ainda estuda uma forma de compensar a perda de receita que seria causada pela desoneração das empresas.

"Se nós conseguirmos desonerar a folha de pagamentos, o resultado que a gente espera é que o custo de contratação caia, mas o salário suba. Isso é o que a gente chama de uma politica de salário inteligente", afirmou.

Guedes ressaltou que o presidente Jair Bolsonaro é obrigado, pela Constituição, a manter o poder de compra do salário mínimo. Na regra vigente, o governo reajustará o valor pela variação da inflação.

Nesta semana, o Congresso aprovou o Orçamento para o ano que vem com uma previsão de que o piso salarial do país passará de R$ 998 para R$ 1.031 a partir de janeiro. Segundo o ministro, como a inflação foi um pouco mais alta em novembro, o número deverá ser recalculado e o patamar poderá chegar a R$ 1.039.

Para o ministro, uma melhora na situação da economia pode permitir reajustes mais altos. De maneira hipotética, ele afirmou que o governo poderia chegar à conclusão, no ano que vem, de elevar o mínimo em 1% ou 2% acima da inflação. E enfatizou que definições desse tipo serão feitas ano a ano, e não como políticas de longo prazo.

O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, ressaltou que o impacto do reajuste do mínimo não se limita às empresas privadas. Caso o governo defina, por exemplo, que dará um reajuste de 1% acima da inflação já para o ano que vem, o custo para os cofres do governo será de aproximadamente R$ 4,5 bilhões.

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