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Economia

Elevar de novo a Selic seria 'descabido', diz o Conselho Federal de Economia

A entidade avalia que a estratégia, usada como meio de segurar a inflação, chegou ao limite e já começa a trazer efeitos negativos à economia

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 29/05/2015 às 18:31

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Às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), com expectativa de nova elevação da taxa básica de juros (Selic) o Conselho Federal de Economia (Cofecon) marcou posição contrária à manutenção do ciclo de alta das taxas. A entidade avalia que a estratégia, usada como meio de segurar a inflação, chegou ao limite e já começa a trazer efeitos negativos à economia.

Nos últimos dois anos, o Banco Central (BC) aumentou a Selic em 6 pontos porcentuais, chegando a 13,25% ao ano no mês passado. Para a próxima reunião, marcada para os dias 2 e 3 de junho, a maior parte dos operadores de mercado espera um incremento de mais 0,5 ponto porcentual. Nesta semana, o presidente do BC, Alexandre Tombini, sinalizou posicionamento ao afirmar que a elevação da Selic é um remédio necessário neste momento.

Para o presidente do Cofecon, Paulo Dantas, um novo aumento seria 'descabido'. Ele defende que a taxa seja mantida e, se possível, reduzida. "O que é doloroso é você insistir num remédio com um efeito colateral terrível", disse. Segundo o economista, é preciso esperar que as altas anunciadas nas reuniões anteriores surtam efeito. "O aumento de juros inibe os investimentos e resulta em aumento da despesa pública, já que eleva a despesa com juros da dívida pública", ressaltou.

O Conselho sustenta que já é possível vislumbrar uma tendência de redução da inflação nos próximos meses, já que três fatores que pesaram no aumento de preços se concentraram no primeiro trimestre: o reajuste de preços administrados, como combustível e energia elétrica, a pressão do câmbio e a inflação de serviços que, segundo a confederação, tende a desacelerar por conta da retração na renda das famílias.

Em nota, a Cofecon se posiciona não apenas contra a política monetária do Banco Central, mas também contra a condução do ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff, a qual classifica como política "curto-prazista" e sem visão estrutural de longo prazo.

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