Economia
Para não ficar sem a “mistura” na mesa, as famílias têm aumentado o consumo de ovos, numa tentativa de substituir a proteína animal representada pelas carnes por outra, mais barata.
O consumo das famílias não reage e os negócios seguem em ritmo lento no campo. / Divulgação/Internet
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Conforme já anunciou esta coluna no início do mês, o preço da carne de frango vem despencando nas granjas devido à queda no poder aquisitivo das famílias trabalhadoras. No primeiro bimestre de 2018, o valor pago aos avicultores, no campo, retornou ao mesmo patamar de 2006.
Agora, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) apresenta novos dados, relativos à carne suína a comprovar que, enquanto os políticos fazem seus discursos vazios, a crise econômica se reflete na mesa do trabalhador. Segundo o Cepea/USP, o preço da carne suína caiu 28,7% nas granjas e 29% no mercado atacadista em apenas um ano.
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E o motivo é o mesmo que derrubou as cotações do frango: o consumo das famílias não reage e os negócios seguem em ritmo lento no campo.
Para não ficar sem a “mistura” na mesa, as famílias têm aumentado o consumo de ovos, numa tentativa de substituir a proteína animal representada pelas carnes por outra, mais barata. O problema é que, em plena Quaresma, o consumo de ovos tradicionalmente sobe, o que acaba impactando os preços.
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Para piorar, a produção das galinhas poedeiras não está muito elevada neste ano devido a fatores como o calor e a alta nos preços do milho, fatores que também contribuem para sucessivas valorizações do produto nas granjas. Nos primeiros 15 dias de março, o ovo tipo extra, vermelho, teve preço médio de R$ 109,97 para a caixa de 30 dúzias na região de Bastos (SP). Este valor foi 22% superior ao observado no mesmo período de fevereiro.
Já o preço médio do ovo tipo extra, branco, registrou alta de 18,2% no período, fechando a R$ 83,71 a caixa de 30 dúzias no Interior Paulista, maior produtor de ovos da América Latina.
Prepare o bolso:
vem aí...
Abril, maio e junho serão meses de atenção no mercado do feijão. Com o final da safra de verão em importantes estados produtores, os estoques tendem a baixar no próximo trimestre, o que pode provocar alterações nos preços do varejo, apesar de o mercado experimentar nos últimos 18 meses uma saudável estabilidade entre oferta e procura.
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...a entressafra do feijão
No País são produzidas 15 variedades de feijão. No entanto, segundo o Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) possui um banco genético com milhares de possibilidades de novos grãos.
Os pinguins, os golfinhos...
Estudo conduzido no Instituto Oceanográfico da USP com Bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp) identificou traços de metais pesados, como cádmio, cobre e zinco, até em invertebrados, peixes e aves habitantes das ilhas Kerguelen, pertencentes às Terras Austrais e Antárticas Francesas, um dos locais mais isolados do Planeta.
...as baleias, os leões-marinhos...
Kerguelen reúne 300 ilhas e ilhotas no sul do Oceano Índico, a meio caminho entre África e Austrália, quatro mil quilômetros ao sul da Índia e dois mil quilômetros ao norte da Antártica. As águas são ricas em alimento para pinguins-reais, elefantes-marinhos, leões-marinhos, albatrozes, baleias e golfinhos. Águas à primeira vista isentas de qualquer poluição humana.
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...e o fim do mundo!
O arquipélago, de origem vulcânica, é coberto por geleiras, rochas e lava solidificada há muito despejada por um vulcão dormente. A vegetação é açoitada por um vento frio constante. No local há uma estação de pesquisas que abriga 120 pessoas no verão e menos da metade no inverno. O estudo está disponível em https://link.springer.com/article/10.1007/s00300-017-2180-6.
Filosofia do campo:
“Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo, tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais... Mas, vejo vir vindo no vento o cheiro de uma nova estação”
Belchior (1946/2017), cantor e compositor paraibano, in ‘Como os Nossos Pais’