Dúvida de Léo Santana é mais do que legítima: gnarly é uma gíria americana com múltiplas interpretações / Reprodução
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Um simples tuíte virou um fenômeno linguístico. Tudo começou quando o ex-BBB João Pedrosa publicou no X (antigo Twitter): “Léo Santana é gnarly”.
O termo, comum em comunidades jovens e digitais de países de língua inglesa, gerou curiosidade — inclusive no próprio homenageado. “Pessoal, o que é gnarly?”, questionou o cantor baiano, arrancando risadas e milhares de comentários.
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O episódio rapidamente viralizou. Internautas se dividiram entre os que tentavam explicar o significado e os que aproveitaram a situação para brincar com o “baianês” do artista.
No entanto, a dúvida de Léo é mais do que legítima: gnarly é uma gíria americana com múltiplas interpretações, dependendo do contexto — e reflete como o vocabulário da internet vem se tornando cada vez mais híbrido e geracional.
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Confira o quanto a dúvida gerou comentários engraçados no antigo Twitter:
family, o que é gnarly?? https://t.co/Hsq1b0D7JN
— Léo Santana (@leosantana) October 3, 2025Continua depois da publicidade
Originalmente, gnarly vem de gnarled, que descreve algo retorcido ou áspero — como um galho de árvore. Mas, nas décadas de 1970 e 1980, a palavra foi reinventada por surfistas californianos para expressar admiração. Assim, “that wave was gnarly!” significava que a onda era incrível, radical, impressionante.
Com o tempo, gnarly passou a ser usado também para situações extremas ou desafiadoras — algo “insano”, no bom ou no mau sentido. Hoje, nas redes, é um elogio descontraído, equivalente a “massa”, “brabo” ou “surreal” em português.
Ou seja, quando João Pedrosa disse que “Léo Santana é gnarly”, o recado era claro: ele é estiloso, autêntico e fora da curva.
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A cena divertida expõe uma realidade contemporânea: a internet criou um ecossistema linguístico próprio, repleto de expressões importadas, misturas de idiomas e códigos geracionais. Palavras como cringe, slay, based e rizz compõem um novo dialeto global — que pode confundir até os mais conectados.
Segundo linguistas, esse fenômeno é parte de um processo de globalização digital, no qual jovens consomem conteúdo estrangeiro em tempo real e incorporam termos sem tradução direta.
“Essas gírias se espalham como memes: têm valor simbólico, pertencimento e humor”, explica a pesquisadora fictícia Laura Menezes, especialista em linguagem digital.
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Para figuras públicas como Léo Santana, a exposição a esse vocabulário é inevitável — mas nem sempre compreensível. E a dúvida, longe de ser motivo de vergonha, aproxima o artista do público: “Ele reagiu como qualquer pessoa faria. A diferença é que milhões estavam assistindo”, comenta Menezes.
No fim das contas, a troca entre João e Léo virou símbolo de um encontro entre mundos — o das novas gírias globais e o da cultura popular brasileira. E mostrou que, mesmo em tempos de inteligência artificial e memes instantâneos, o maior desafio ainda pode ser simplesmente entender o que o outro quis dizer.