A crotoxina é um polipeptídeo altamente tóxico encontrado no veneno da cascavel / Divulgação/Butantan
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Um estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da Universidade de São Paulo (USP) revelou que uma proteína presente no veneno da cobra cascavel pode ter efeito destrutivo sobre um dos tipos mais agressivos de câncer de mama.
A substância, chamada crotoxina, foi testada em células cultivadas em laboratório e apresentou resultados promissores contra o subtipo conhecido como triplo negativo.
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Este tipo de tumor representa cerca de 15% dos casos de câncer de mama e está entre os mais letais.
A crotoxina eliminou essas células e impediu sua multiplicação durante os testes in vitro, oferecendo uma nova perspectiva de tratamento no futuro.
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Apesar disso, a utilização da substância em terapias ainda exige mais etapas de pesquisa e testes clínicos.
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres em todo o planeta. Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que, em 2022, surgiram 2,3 milhões de novos casos, com aproximadamente 670 mil mortes.
No Brasil, segundo o Conselho Federal de Enfermagem, a previsão é de mais de 73 mil diagnósticos anuais entre 2023 e 2025.
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Entre os tipos existentes, o triplo negativo se destaca pelo prognóstico desfavorável. Esses tumores não possuem três tipos específicos de receptores, o que dificulta a resposta aos tratamentos convencionais, como a quimioterapia baseada em antraciclinas e taxanos.
A crotoxina é um polipeptídeo altamente tóxico encontrado no veneno da cascavel. Há mais de duas décadas, cientistas vêm estudando seu potencial para uso terapêutico, com foco nas propriedades anti-inflamatórias e antitumorais.
Um de seus principais efeitos é a modulação do sistema imunológico, o que pode influenciar diretamente no combate a células cancerígenas.
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Apesar dos bons resultados em laboratório, a aplicação clínica da crotoxina ainda depende de uma longa jornada científica.
A substância precisará passar por testes em animais e humanos, além de ajustes de dosagem para garantir a segurança e eficácia. Todo esse processo pode levar até uma década até que um tratamento seja disponibilizado.
O estudo foi publicado na revista científica Toxicon e representa mais um passo importante na busca por terapias inovadoras contra o câncer de mama agressivo.
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