04 de Outubro de 2024 • 14:28
Para acessar a Ilha do Cardoso, só de barco; mas a viagem vale a pena / Divulgação
Uma região a poucos quilômetros da Baixada Santista esconde preciosidades de São Paulo. Estamos falando do Vale do Ribeira, composto por 29 municípios - 22 no Estado paulista e 7 em Paraná.
A área que fica em São Paulo tem 16.681 km quadrados e 340 mil habitantes, vivendo principalmente da agricultura e da pesca. No entanto, nos últimos anos, o turismo cresce como forma alternativa de renda, e de preservação ambiental e cultural.
As cidades que fazem parte do Vale do Ribeira em São Paulo são: Apiaí, Barra do Chapéu, Barra do Turvo, Cajati, Cananéia, Eldorado, Iguape, Ilha Comprida, Iporanga, Itaóca, Itapirapuã Paulista, Itariri, Jacupiranga, Juquiá, Juquitiba, Miracatu, Pariquera-Açu, Pedro de Toledo, Registro, Ribeira, São Lourenço da Serra e Sete Barras.
A BR-116, ou Via Dutra, é a principal rodovia de acesso ao Vale do Ribeira, saindo da capital paulista. De carro, em cerca de 3h no máximo, você está na cidade de Registro, que é uma ótima opção para começar o circuito. Saindo de Santos, o trajeto encurta para 2h30 de duração.
A cidade, além de ser considerada a Capital do Vale do Ribeira, é também conhecida como a Capital Brasileira do Chá. O lugar mistura o ar tranquilo de cidade do interior com a relevância da imigração japonesa no local. Uma das atrações do local é o Sítio Shimada, que produz chá verde, preto e branco. O lugar criado pela vovó Ume Shimada para resgatar a cultura milenar do Japão. A própria família apresenta a plantação de chá. Além de degustar, os visitantes têm a oportunidade de aprender como funciona a colheita com uma tradicional família de produtores. Para conhecer o Sítio Shimada é preciso agendar previamente a visita pelo site.
Uma das cidades mais bonitas e visitadas do Vale do Ribeira tem praias lindas para chamar de suas. Um lugar incrível, cheio de histórias e tombado como Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco. Historiadores dizem que esta é a primeira vila do Brasil, fundada em agosto de 1531. O título teria ficado oficialmente com São Vicente por falta de documentação. Quem passeia pelo centro histórico da Cidade pode vislumbrar belos casarões coloridos e centenários, além de conhecer a Igreja de São João Batista, construída no final do século XVI. É por Cananéia, inclusive, que se tem acesso para visitar de barco a Ilha do Cardoso.
Ilhas e praias lindas e preservadas são os grandes diferenciais da região. Assim, é uma das mais famosas do Vale do Ribeira: a Ilha do Cardoso. Impossível visitar a região e não visitar o local. Com seus mais de 13.500 hectares, e ocupando cerca de 90% da ilha, o Parque Estadual da Ilha do Cardoso protege o destino, que reúne praias, manguezais, restingas e até floresta e cachoeira. O trajeto de barco até a ilha já é uma atração à parte. Considerado o terceiro maior estuário do mundo, o Complexo Estaurino-Lagunar de Iguape, Cananéia e Paranaguá abriga a Baía dos Golfinhos. Ao chegar na Ilha, o som tranquilo da floresta faz você desconectar do mundo imediatamente. Por lá, são três núcleos: Perequê, Marujá e Ilha da Casca, cada um deles com trilhas e praias diferentes – das mais desertas às mais turísticas. Além disso, a Ilha do Cardoso é refúgio para as cinco espécies de tartarugas marinhas da região: tartaruga-cabeçuda, tartaruga-verde, tartaruga-de-pente, tartaruga-de-couro, tartaruga-oliva. Por lá já foram catalogadas quase mil espécies de plantas além de animais ameaçados de extinção, como os macacos bugio e monocarvoeiro, a lontra, o papagaio-de-cara-roxa, o veado-mateiro e o jacaré-de-papo-amarelo. Para chegar até a Ilha do Cardoso, Você pode pegar a balsa da Dersa no Píer de Cananéia. É a forma mais barata de chegar, mas também a mais demorada, levando cerca de 3 horas. Em lanchas voadeiras, o percurso cai para menos de 1 hora, mas o valor pode chegar a R$ 150 por pessoa.
Com cerca de 40 mil hectares, o parque fica entre os municípios de Barra do Turvo, Cajati, Eldorado e Iporanga e está a 292 km da capital. A Caverna do Diabo é o principal atrativo do local, que também oferece outras cavernas, trilhas e cachoeiras. Um verdadeiro cenário de filme é o que te espera nesta visita. A caverna tem mais de 2 milhões de anos e é uma das maiores e mais bonitas do Brasil – são mais de 6.000 metros de extensão. O primeiro trecho da visita (roteiro tradicional) tem cerca de 1.200 metros e demora 1 hora, com baixo nível de dificuldade. Há inclusive estruturas construídas para apoio, como plataformas, escadas, corrimões e iluminação. Para entrar na caverna é necessário estar sempre acompanhado de um guia ou monitor ambiental. Os roteiros mais longos, por exemplo, podem alcançar rios subterrâneos. Neste caso, é importante estar preparado com roupas que possam molhar, bolsas estanque e protetores para os celulares. Para fazer estas atividades, é importante agendar previamente com um guia local.
O Petar é um dos atrativos mais famosos do Vale do Ribeira por causa de suas belíssimas cavernas secas e molhadas – são mais de 350. Cada uma delas tem suas peculiaridades, com salões gigantes, cachoeiras e abismos de até 240 metros de altura. O parque fica entre as cidades de Iporanga e Apiaí e está dividido em quatro núcleos. O Núcleo Santana e o Núcleo Ouro Grosso são os mais frequentados. Para visitar, o Petar também é obrigatório estar acompanhado de um guia local, que estará sempre informado sobre as condições adequadas das trilhas, cavernas e cachoeiras. No site Petar, Online você encontra indicações de guias de confiança. Explorar o parque em apenas um dia significa escolher apenas um entre mais de 10 roteiros possíveis e abrir mão de todo o resto. Por isso, o ideal mesmo é passar alguns dias por lá. A cidade de Iporanga concentra as principais hospedagens da região, com oportunidades das mais sofisticadas às mais simples.
A região do Petar, no Alto Ribeira, também é conhecida como lugar ideal para a prática de rafting. Os rios oferecem condições ideais para a prática. A história conta que ali nasceu o bóia cross (ou aqua ride), no ínicio dos anos 80, quando exploradores usavam câmaras de pneus para levar equipamentos para dentro das cavernas, pelos rios. Um dia, um deles teve a brilhante ideia de deitar em uma das câmaras e se deixar levar pelo rio.
Com 31 mil hectares distribuídos pelos municípios de Juquiá, Miracatu e Tapiraí, o Legado das Águas é considerado a maior reserva privada de Mata Atlântica do Brasil. Foi fundado em 2012 por um coletivo de empresas com o objetivo de proteger a floresta e o recurso hídrico abundante na região. Mais recentemente, tornou-se também um polo de ecoturismo, com atividades e descobertas especiais para os viajantes mais aventureiros e também para os mais tranquilos. Além de trilhas a pé e de bicicleta, o visitante pode conhecer o Legado passeando de caiaque e fazendo rafting. Há ainda cachoeira, canoagem noturna e uma experiência astronômica. No Centro de Biodiversidade, com capacidade para produção de 200 mil plantas por ano de até 140 espécies nativas diferentes, é possível aprender sobre a importância da preservação da flora da Mata Atlântica e entender um pouco da pesquisa que desenvolvem por lá. Você pode só passar um dia ou se hospedar no local. Lá tem área de camping e uma pousada com quartos super confortáveis. Todas as atividades devem ser reservadas antecipadamente pelo site do Legado.
O Vale do Ribeira tem mais de 15 comunidades quilombolas, que vivem na região há mais de trezentos anos. Sete delas estão organizadas em um Circuito Quilombola de Turismo de Base Comunitária: André Lopes, Ivaporunduva, Mandira, Pedro Cubas, Pedro Cubas de Cima, São Pedro e Sapatu. Com apoio do Instituto Sócio Ambiental, as comunidades desenvolveram atividades para receber os viajantes e ter o turismo como fonte alternativa de renda. Em cada território, o visitante pode ter experiências diferentes, incluindo trilhas, cachoeiras, cavernas, festas tradicionais, oficinas de artesanato, culinária tradicional, rodas de conversa, circuito cultural e outras atividades.
Cotidiano
O prêmio é de R$ 4.000.000,00
Cotidiano
O prêmio é de R$ 150.000,00