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O projeto é liderado pela Neoenergia e conta com a participação da WEG, que será responsável pela parte técnica e pela instalação do sistema de geração solar e armazenamento de energia
Fernando de Noronha caminha para ser a primeira ilha da América Latina totalmente abastecida por energia renovável / Reprodução Youtube/Na Mala
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Fernando de Noronha, um dos destinos mais emblemáticos do Brasil, está prestes a viver uma transformação energética inédita.
A ilha, situada a 545 quilômetros do continente, poderá se tornar a primeira comunidade insular habitada da América Latina a operar com 100% de energia renovável.
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O projeto, batizado de Noronha Verde, é liderado pela Neoenergia e conta com a participação da WEG, que será responsável pela parte técnica e pela instalação do sistema de geração solar e armazenamento de energia.
A iniciativa integra o Programa Mais por Noronha e é apoiada pelos governos federal e estadual, com envolvimento direto do Ministério de Minas e Energia e do Governo de Pernambuco.
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A proposta é ambiciosa: mais de 30 mil painéis solares devem ser instalados, somando 22 megawatts-pico (MWp) de potência, acompanhados de um banco de baterias com 49 megawatts-hora (MWh) de capacidade.
Dica do editor: A 'ilha' brasileira que virou referência nacional em qualidade de vida.
Essa estrutura permitirá manter o fornecimento de eletricidade mesmo à noite ou em dias nublados, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e garantindo operação contínua.
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Licenciado pela CPRH e com aprovação do ICMBio, o projeto será executado em duas fases, a primeira com previsão de funcionamento até maio de 2026, e a segunda até 2027.
Quando concluído, o sistema deve colocar Noronha como exemplo global de sustentabilidade em ilhas oceânicas.
Apesar dos planos para se tornar um laboratório de energia limpa, Noronha enfrenta um cenário preocupante em relação ao meio ambiente.
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A administração da ilha, sob responsabilidade do Governo de Pernambuco, vem sendo criticada por problemas de gestão e degradação ambiental.
Em agosto de 2025, o ICMBio realizou uma operação de fiscalização considerada a maior dos últimos anos, aplicando multas que somaram quase R$ 71 mil.
Veja esse vídeo sobre a ilha:
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As infrações incluíram ocupações irregulares em áreas protegidas, despejo de poluentes na água, perseguição de golfinhos por embarcações e abandono de veículos em áreas de preservação.
Nos meses seguintes, denúncias de moradores chamaram atenção para o acúmulo de lixo e entulho nas vias públicas, problema atribuído à gestão privada da limpeza urbana, sob responsabilidade da empresa Ambipar.
O ano de 2024 também registrou recordes de multas ambientais por construções e reformas não autorizadas, especialmente na expansão de pousadas em regiões sensíveis da ilha.
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Pesquisas recentes apontam que a poluição plástica e o descarte de resíduos da pesca estão entre as principais ameaças aos recifes e à fauna marinha.
Garrafas, redes e microplásticos recolhidos em praias e no fundo do mar mostram que o ecossistema local está sob forte pressão, um risco direto para o turismo, principal motor econômico de Noronha.