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Um personagem silencioso da cozinha brasileira se despediu sem avisar, e ninguém notou

Ele era responsável, muitas vezes, por reunir as pessoas para boas conversas e risadas inesquecíveis

Jeferson Marques

Publicado em 11/12/2025 às 17:11

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Item um dia presente em praticamente todas as cozinhas brasileiras desapareceu / Imagem gerada por IA

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Por muitos anos, a cozinha brasileira teve um personagem fixo na mesa: a famosa garrafa térmica de café. Ela acordava antes de todo mundo, junto com quem passava o pó, coava no pano ou no filtro de papel e deixava aquele cheirinho espalhado pela casa. Era ela que recebia visitas, acompanhava conversa de portão, novela das oito, reunião de família e até aquele pão com manteiga improvisado no meio da tarde.

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Hoje, em muita casa, a cena mudou. No lugar da garrafa térmica reinando sozinha na mesa, entram cafeteiras elétricas, máquinas de cápsula, coador direto na caneca, café pronto na padaria da esquina ou no aplicativo de delivery. 

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A rotina mais corrida, o hábito de “tomar um golinho e sair” e o costume de fazer o café na hora acabaram empurrando a garrafa térmica para o fundo do armário, quando não para a doação. Em muitos lares, ela só aparece em dia de visita, culto, reunião de condomínio ou festa na igreja.

Também pesa o lado da “cozinha bonita de revista”. Nas redes sociais, o que bomba é bancada limpa, poucos objetos aparentes, cafeteira estilosa, moedor, xícara charmosa.

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A garrafa térmica clássica, aquela mais simples, que não foi feita pra sair bonita na foto, acaba perdendo espaço para equipamentos moderninhos que viram até parte da decoração. Ao mesmo tempo, crescem as vendas de máquinas de café e cápsulas, acompanhando a onda do “café especial” e do consumo em porções individuais.

Mas, mesmo com todo esse movimento, a verdade é que a garrafa térmica ainda resiste em muitas casas, especialmente onde o café continua sendo partilhado em família, em garrafa cheia disponível o dia inteiro.

Em vários interiores do país, ela segue firme em cima da mesa, ao lado do açúcar, do pão e, às vezes, até do bolo. A diferença é que, nas grandes cidades e nos apartamentos menores, aquele hábito de manter sempre uma garrafa cheia ao alcance da mão está, pouco a pouco, se despedindo. 

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É um “adeus” silencioso, que não chega a ser ruptura total, mas muda o cenário da cozinha como a gente conhecia.

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