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Turismo no Japão tem queda histórica após previsão de desastre feita por Mangá

Companhias aéreas precisaram inclusive diminuir o número de voos para o país, devido a situação

Luna Almeida

Publicado em 27/05/2025 às 08:00

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A previsão fictícia ganhou força em redes sociais e veículos sensacionalistas / Pixabay/Sofia Terzoni

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Uma onda de cancelamentos vem atingindo o setor de turismo japonês após a circulação de uma previsão fictícia de desastre contida em um mangá. A situação levou companhias aéreas a reduzirem voos para o país, gerando impacto direto na economia e preocupação entre as autoridades.

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A origem do temor está no mangá The Future I Saw, lançado originalmente em 1999 por Ryo Tatsuki. 

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A obra ganhou notoriedade por ter mencionado um “grande desastre” para março de 2011, ano em que o Japão foi devastado por um terremoto seguido de tsunami que matou mais de 18 mil pessoas. 

Relançado em 2021, o mangá passou a conter uma nova previsão: um suposto megaterremoto que atingiria o país em 5 de julho de 2025.

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Efeito em cadeia no setor aéreo e no turismo

A previsão fictícia ganhou força em redes sociais e veículos sensacionalistas, causando alarme entre os turistas. 

A repercussão coincidiu com alertas reais de especialistas sobre a possibilidade de um grande terremoto no futuro próximo, intensificando ainda mais o medo coletivo.

Entre os países que mais cancelaram viagens estão Coreia do Sul, Taiwan e Hong Kong. As reservas médias de turistas de Hong Kong caíram 50% em comparação ao ano anterior, e entre o fim de junho e o início de julho a queda chegou a 83%, segundo dados da Bloomberg Intelligence.

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Companhias aéreas também sentiram os efeitos. A Greater Bay Airlines, que costuma operar com 80% de ocupação nos voos com destino ao Japão, registrou queda para 40% e diminuiu o número de voos. A Hong Kong Airlines seguiu o mesmo caminho, motivada pela baixa demanda.

Autoridades reagem e autora pede cautela

Diante do cenário, autoridades japonesas demonstram preocupação com a queda na arrecadação. O governador da província de Miyagi chegou a fazer um apelo para que a população não se deixe levar por informações alarmistas.

O histórico de medo é reforçado por declarações do governo japonês. Em agosto de 2024, o então primeiro-ministro Fumio Kishida cancelou uma viagem em função da possibilidade de um megaterremoto. 

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Já em abril deste ano, uma força-tarefa alertou que um terremoto de magnitude 9 na falha Nankai Trough poderia matar até 300 mil pessoas e destruir mais de dois milhões de construções. A chance de isso ocorrer nas próximas três décadas foi estimada em 80%.

O pânico coletivo impulsionou as vendas do mangá, que já chegou perto da marca de um milhão de exemplares da edição relançada. A própria autora, porém, demonstrou preocupação com a forma como sua obra tem sido interpretada. 

Ao lado das autoridades, ela pede que o público ouça especialistas e evite se deixar levar por previsões ficcionais.

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Enquanto isso, o turismo japonês segue sob pressão, com impactos sentidos não apenas nas férias de julho, mas também nos meses anteriores. 

Agências de viagens locais relataram que as reservas de abril e maio, períodos tradicionais de férias de primavera, caíram pela metade em comparação ao ano passado.

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