O peso total beirava 99 mil toneladas, exigindo locomotivas de 6 mil cavalos de potência / Bahnfrend/Wikimedia Commons
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De longe já impressionava, mas de perto a dimensão era quase inacreditável. Um trem de mais de sete quilômetros de comprimento, projetado para transportar minério de ferro, se tornou um marco mundial e entrou para o livro dos recordes no início dos anos 2000.
A façanha coube ao BHP 3143, da mineradora australiana BHP, que mobilizou oito locomotivas e centenas de vagões em um experimento inédito. O resultado não apenas quebrou barreiras de engenharia, como também ajudou a testar sistemas que mais tarde se tornariam padrão na operação ferroviária da empresa.
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Em 2001, a BHP apresentou ao mundo um comboio com 7,3 quilômetros de extensão e 682 vagões carregados de minério de ferro.
O peso total beirava 99 mil toneladas, exigindo locomotivas de 6 mil cavalos de potência cada para cumprir o trajeto entre Newman e o porto de Hedland, no sudoeste da Austrália.
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O responsável pela operação foi o maquinista Tom Forest, profissional com mais de 20 anos de experiência. Coube a ele comandar, sozinho, as oito locomotivas ligadas ao sistema Locotrol 3, desenvolvido para controlar diversos pontos de tração ao longo do trem.
A viagem, que durou 5 horas e 40 minutos, precisou ser interrompida em determinado momento por uma falha de transmissão. Apesar do contratempo, o projeto validou modelos simulados por computador e ofereceu dados importantes para a segurança das operações.
O trem foi posteriormente desmontado, mas deixou como legado não apenas o recorde registrado no Guinness Book de 2001, como também avanços técnicos para a indústria ferroviária. Conheça também o maior condomínio do Brasil, que é considerado maior do que 5 mil cidades.
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Além do feito histórico, o teste demonstrou a viabilidade de integrar sistemas de potência e controle em composições de grande porte. O aprendizado serviu para reforçar a eficiência no transporte de minérios e ampliar a margem de segurança em trajetos longos.
Hoje, o BHP 3143 permanece como referência de ousadia na engenharia ferroviária, símbolo de como experimentos radicais podem moldar o futuro do setor.