Diário Mais
Carreira incomum garante salários altos, folgas prolongadas e até aposentadoria especial, apesar da rotina desgastante e longe de casa
Trabalho embarcado em plataformas de petróleo rendem boa remuneração e benefícios / Divulgação
Continua depois da publicidade
O regime convencional de trabalho cumpre o tradicional expediente das 9h às 18h. Assim é a rotina da maior parte dos trabalhadores brasileiros. No entanto, exigem profissões que exigem um esquema diferente - e, muitas vezes, sacrificante - de trabalho: a escala 14x14.
Assim é o esquema de trabalho de milhares de profissionais que vivem uma rotina bem diferente - passam semanas embarcados em plataformas de petróleo, navios cargueiros ou sondas, a quilômetros da costa.
Continua depois da publicidade
O helicóptero é a forma de deslocamento até o local de trabalho. Geralmente, a jornada desses trabalhadores é de duas semanas em alto-mar seguidas de duas semanas de folga.
Litoral de SP tem 10 áreas mais procuradas para trabalhar; saiba quais são
Continua depois da publicidade
A vida de embarcado e os bastidores da profissão sempre geram curiosidade nas redes sociais. A profissão atípica atrai o interesse de jovens em busca de oportunidades e também pessoas que querem entender como é o cotidiano longe da terra firme.
Apesar de não ser uma carreira fácil, muitos são atrativos deste tipo de trabalho. Um deles é o contato com diferentes culturas, já que as tripulações costumam reunir profissionais de várias nacionalidades. Além da oportunidade de economizar, já que alimentação e moradia são fornecidas a bordo.
Os longos períodos de descanso também são o grande destaque deste regime de trabalho, já que não é o tipo de benefício que se encontra facilmente em outras áreas.
Continua depois da publicidade
Além disso, a estabilidade da carreira marítima também pesa na escolha: com 90% do comércio mundial circulando por vias marítimas, a demanda por trabalhadores embarcados segue elevada.
Cidades paulistas se destacam com milhares de novas vagas com carteira assinada
Folgas longas e trocas culturais não são os benefícios mais desejados. A aposentadoria especial é o que enche os olhos de quem busca por esta profissão. Ela é prevista em lei para quem comprovar pelo menos 25 anos de trabalho embarcado em condições nocivas.
Continua depois da publicidade
Isso porque a atividade expõe o trabalhador a riscos físicos, como ruídos constantes, vibrações, frio, calor excessivo e baixa circulação de ar, além de riscos biológicos em contato com cargas e tripulações de diversas partes do mundo.
Há seis anos, a aposentadoria especial era considerada uma das mais vantajosas. Com ela, o trabalhador não precisava de idade mínima, e o benefício correspondia a 100% da média dos salários de contribuição. A conta era simples: quem começasse a carreira aos 18 anos poderia se aposentar aos 43.
Com a reforma da Previdência de 2019, as condições mudaram. Atualmente, o cálculo leva em conta 100% dos salários de contribuição, e o valor do benefício parte de 60% da média, com acréscimo de 2% a cada ano que ultrapasse 20 anos de contribuição para homens e 15 anos para mulheres.
Continua depois da publicidade
Nem tudo são flores nesta profissão. A carreira garante vantagens financeiras e previdenciárias, mas também exige sacrifícios.
Os embarcados enfrentam longas jornadas, turnos irregulares e trabalho físico pesado em ambientes que podem variar do calor extremo ao frio intenso. Além de viverem em alto-mar e isolados por um período de duas semanas.