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Toyota projeta lançar 1º veículo elétrico do mundo com bateria de estado sólido em 2027

As baterias de estado sólido não utilizam um eletrólito líquido, como ocorre nas baterias de íon-lítio convencionais, tornando a carga ultrarrápida

Fábio Rocha

Publicado em 14/10/2025 às 18:38

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Desde 2021, Sumitomo e Toyota trabalham juntas para superar esses obstáculos / Reprodução

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Desde 2021, a Toyota e a Sumitomo vêm trabalhando para resolver problemas como a degradação do cátodo. A Sumitomo desenvolveu um material de cátodo altamente durável, utilizando sua tecnologia própria de síntese de pó.

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  • Toyota e Sumitomo: uma aliança estratégica
  • Produção em massa de materiais para baterias de estado sólido
  • Baterias mais duráveis, compactas e potentes
  • Lançamento comercial previsto para 2027–2028
  • Chave para veículos elétricos mais eficientes
  • Tecnologia voltada à redução de emissões e da dependência de combustíveis fósseis

Entenda também se é mito ou verdade que a bateria custa metade do carro.

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Sumitomo Metal Mining e Toyota colaboram na produção em massa de materiais para baterias

A Toyota e a Sumitomo Metal Mining, dois gigantes da indústria japonesa, uniram forças em um projeto que pode ser um divisor de águas na eletrificação do transporte.

As duas companhias avançam no desenvolvimento e na futura produção em larga escala de materiais de cátodo destinados a baterias de estado sólido para veículos elétricos (BEVs).

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O que são baterias de estado sólido — e por que elas importam

As baterias de estado sólido não utilizam um eletrólito líquido, como ocorre nas baterias de íon-lítio convencionais. Em vez disso, empregam um eletrólito sólido, o que permite um design mais compacto, seguro e durável.

Essa tecnologia promete maior densidade energética, menor risco de incêndio e tempos de recarga significativamente mais curtos.

A Toyota espera lançar veículos elétricos equipados com essa inovação entre 2027 e 2028, o que pode representar um ponto de virada na transição energética global. O avanço depende de superar desafios como a degradação dos materiais do cátodo, que compromete a vida útil e a eficiência das baterias em condições reais de uso.

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Vale lembrar que montadoras chinesas de carros elétricos conquistaram uma vantagem inédita no mercado global.

As baterias de estado sólido não utilizam um eletrólito líquido
As baterias de estado sólido não utilizam um eletrólito líquido
A Toyota aposta em um cátodo mais resistente e eficiente
A Toyota aposta em um cátodo mais resistente e eficiente
O desafio agora não é apenas tecnológico. As duas empresas também focam em reduzir custos de produção e garantir qualidade, segurança e desempenho dos novos materiais
O desafio agora não é apenas tecnológico. As duas empresas também focam em reduzir custos de produção e garantir qualidade, segurança e desempenho dos novos materiais
Desde 2021, a Toyota e a Sumitomo vêm trabalhando para resolver problemas como a degradação do cátodo
Desde 2021, a Toyota e a Sumitomo vêm trabalhando para resolver problemas como a degradação do cátodo

As baterias atuais não são “secas”

É comum ouvir que as baterias modernas já são “secas”, mas isso não é verdade. As baterias de íon-lítio usadas hoje na maioria dos veículos elétricos contêm um líquido ou gel interno — o eletrólito líquido — que permite o movimento dos íons entre o ânodo e o cátodo.

Esse líquido é essencial, mas também inflamável e suscetível à degradação com o tempo, o uso e o calor.

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Já as baterias de estado sólido substituem esse líquido por um material completamente sólido — geralmente um composto cerâmico ou polimérico. Isso as torna mais seguras, estáveis e duráveis.

Em termos simples: uma bateria de estado sólido não é apenas “seca” — ela é sólida em todo o seu interior, representando um salto estrutural na forma de armazenar energia.

A diferença é profunda: permite maior autonomia, recargas em minutos, menor risco de incêndio e vida útil prolongada. É um avanço comparável à transição dos tubos de vácuo para o transistor na eletrônica — o mesmo princípio, mas com uma tecnologia radicalmente mais eficiente.

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A aposta em um cátodo mais resistente e eficiente

Desde 2021, Sumitomo e Toyota trabalham juntas para superar esses obstáculos. O resultado foi o desenvolvimento de um material de cátodo altamente durável, criado com uma tecnologia própria de síntese de pós que melhora a estabilidade durante os ciclos repetidos de carga e descarga.

Com mais de 20 anos de experiência no fornecimento de materiais para veículos elétricos, a Sumitomo Metal Mining planeja levar esse novo composto à produção industrial em larga escala, etapa essencial para garantir o fornecimento diante da esperada alta demanda na segunda metade desta década.

Além da pesquisa: rumo à industrialização sustentável

O desafio agora não é apenas tecnológico. As duas empresas também focam em reduzir custos de produção e garantir qualidade, segurança e desempenho dos novos materiais.

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A ambição é clara: ser as primeiras a colocar no mercado um veículo elétrico com bateria de estado sólido viável comercialmente, sem abrir mão da sustentabilidade nem da acessibilidade.

Não se trata apenas de uma inovação de laboratório — é um processo que envolve redefinir cadeias de suprimentos, adotar princípios de economia circular e minimizar o uso de matérias-primas críticas cuja extração tem alto impacto ambiental, como cobalto e níquel.

Um contexto global que impulsiona esse tipo de desenvolvimento

A crise climática e as novas restrições legais sobre emissões estão acelerando esse tipo de iniciativa.

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No Japão, por exemplo, o governo incluiu as baterias de estado sólido em sua estratégia nacional de inovação verde. Já na Europa, discute-se exigir que, a partir de 2035, todos os novos carros vendidos sejam zero emissão.

Além disso, programas como o Green Innovation Fund, no Japão, e o Battery Passport, na União Europeia, estão pressionando para que rastreabilidade, sustentabilidade e eficiência energética se tornem padrões mínimos na fabricação de baterias avançadas.

Potencial

  • A consolidação das baterias de estado sólido pode gerar impactos positivos e tangíveis:
  • Redução significativa das emissões de CO no transporte, um dos setores mais poluentes.
  • Maior autonomia dos veículos elétricos, eliminando uma das principais barreiras à adoção em massa.
  • Menor dependência de recursos escassos, graças a formulações mais eficientes e recicláveis.
  • Estímulo à economia circular, com materiais reutilizáveis e processos mais limpos.
  • Fomento à inovação local, fortalecendo cadeias de suprimentos mais sustentáveis e resilientes em cada região.

Se implementadas de forma responsável, essas baterias podem ser um verdadeiro catalisador para descarbonizar o transporte, democratizar a mobilidade elétrica e alinhar a indústria aos objetivos climáticos globais.

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A chave será garantir que o avanço tecnológico venha acompanhado de políticas públicas firmes, investimento em infraestrutura e compromisso social.

Perspectivas futuras

  • A Toyota tem como meta os anos 2027–2028 para a produção em massa e o lançamento comercial.
  • A autonomia estimada varia entre 965 km (modelo inicial) e 1.200 km (próxima geração).
  • A recarga ultrarrápida e a durabilidade aprimorada devem estabelecer novos padrões para os veículos elétricos.
  • O projeto combina avanço tecnológico, reforma da cadeia de suprimentos e práticas sustentáveis.
  • Espera-se que esse lançamento marque um ponto de inflexão no transporte global, promovendo uma mobilidade elétrica mais segura, ecológica e prática.

Afinal, será a Toyota a primeira do mundo a implementar baterias de estado sólido em veículos elétricos?

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