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Pais e mães estão reinstalando os aparelhos de mesa, acreditando que a comunicação por voz, centralizada e sem distrações, pode recuperar algo que se perdeu no tempo
Movimento discreto, mas crescente, tenta trazer de volta um símbolo dos anos 1990: o telefone fixo / Freepik
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Um movimento discreto, mas crescente, tenta trazer de volta um símbolo dos anos 1990: o telefone fixo. E a iniciativa parte de pais preocupados com a dependência digital dos filhos e o uso cada vez dos smartfones.
Atualmente, os pais e mães estão reinstalando os aparelhos de mesa, acreditando que a comunicação por voz, centralizada e sem distrações, pode recuperar algo que se perdeu no avanço tecnológico.
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Em Sydney, por exemplo, a australiana Sally Faughey reviveu uma cena praticante extinta: crianças correndo para atender um telefone que toca no corredor. O aparelho, instalado para que seus três filhos tivessem uma forma de contato livre de telas, acabou se tornando um ponto de convivência familiar.
“É o nosso número central, o lugar onde todo mundo se conecta”, disse.
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O caso não é isolado. Nos Estados Unidos, pequenos grupos de pais vêm criando “bolhas retrô”, instalando linhas fixas para que crianças possam conversar entre si sem acesso a redes sociais.
Algumas empresas chegaram a lançar versões modernas do aparelho, que funcionam por Wi-Fi, para atender essa nova demanda. Na Austrália, uma publicação de um executivo da Telstra exaltando a relevância emocional do telefone fixo viralizou, algo que era impensável há poucos anos.
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Especialistas apontam que o fenômeno mistura nostalgia, cansaço do ritmo acelerado da tecnologia e uma busca genuína por formas mais humanas de comunicação.
Grupos que defendem o uso limitado de telas na infância, como o Heads Up Alliance, veem o telefone fixo como alternativa ao “contato por emoji”, incentivando conversas reais e desenvolvendo habilidades sociais.
A tendência chegou até à geração Z, que cresceu no digital, mas agora procura formas de desacelerar. Jovens têm adotado aparelhos estilo retrô pela estética e pela sensação de foco: o telefone está preso à parede, exige atenção e não oferece distrações.
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Apesar de parte da rede tradicional de cobre estar sendo desativada em países como a Austrália, o “telefone fixo moderno” (via VoIP) ainda encontra espaço como opção menos invasiva e como possível apoio em emergências (embora mesmo isso hoje dependa de energia e internet).
O retorno não é massivo e dificilmente derrotará o smartphone. Mas seu simbolismo é forte. Em meio a uma geração que cresceu olhando para telas, o telefone fixo ressurge como um respiro analógico e, para muitos pais, como a chance de devolver à infância algo simples: a alegria de ouvir o telefone tocar e correr para atender.
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