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Submarino faz descoberta preocupante sobre a 'Geleira do Juízo Final'

E o pior: ele desapareceu após misteriosamente em janeiro de 2024 após revelar estruturas até então desconhecidas

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 21/08/2024 às 16:20

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A Antártida abriga a famosa 'Geleira do Juízo Final' / Reprodução

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Um robô subaquático autônomo fez uma descoberta preocupante sob as geleiras da Antártida, o local que abriga a famosa 'Geleira do Juízo Final'. E o pior: ele desapareceu após  misteriosamente em janeiro de 2024 após revelar estruturas até então desconhecidas.

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A Universidade de Gotemburgo, na Suécia, lançou o equipamento batizado de Ran em 2020 para explorar a temida geleira, mas o sinal foi perdido após identificar uma série de formações inéditas sob o gelo.

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Pesquisas descobriram que o oceano está se infiltrando por baixo da Geleira do Juízo Final, derretendo-a devido à água salgada e mais quente, o que pode elevar o nível do mar em até 60 centímetros.

Cientistas alarmados

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos EUA, ficaram alarmados com as descobertas do submarino. Utilizando satélites e tecnologia de radar, a equipe rastreou a elevação da superfície e constatou que certas partes da geleira subiram cerca de 11 quilômetros.

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Efeitos do derretimento

A geleira já contribui, atualmente, com 4% do aumento global do nível do mar a cada ano. Contudo, os cientistas estimam que seu colapso total pode aumentar o nível do mar em cerca de 3 metros, já que funciona como uma barragem natural para o gelo circundante na Antártida Ocidental

A geleira - chamada oficialmente de  Glaciar Thwaites - é a mais larga do mundo, com aproximadamente o tamanho do estado norte-americano da Flórida. Além disso, é a mais vulnerável e instável da Antártida, situada em uma terra de inclinação para baixo, facilitando a corrosão do gelo pela água.

Uma equipe de glaciologistas, liderada por cientistas da Universidade da Califórnia em Irvine, usou dados de radar de satélite de alta resolução do ano passado para criar um raio X da geleira.

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Segundo o professor de ciência Eric Rignot, coautor do estudo, no passado, só dados esporádicos estavam disponíveis para análise.

Com a nova pesquisa e novo conjunto de dados, coletados diariamente e ao longo de vários meses, os cientistas estão observando com mais solidez o que está acontecendo.

Saiba mais sobre o movimento da água e o derretimento da geleira

Em entrevista à CNN, Rignot explicou que a passagem da água por muitos quilômetros por baixo da geleira diariamente "é o suficiente para 'elevar' a superfície da geleira em centímetros".

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A zona de aterramento, ponto em que o glaciar se eleva do fundo do mar e se torna uma plataforma de gelo, pode se mover quase 6,4 quilômetros em um ciclo de maré de 12 horas, segundo a pesquisa.

Ainda segundo o professor, a velocidade da água do mar "aumenta o derretimento dos glaciares porque, assim que o gelo derrete, a água doce é eliminada e substituída por água do mar mais quente".

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