A movimentada SP na parte de cima e seus segredos na parte de baixo / Imagem gerada por IA
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Sob as ruas movimentadas e os arranha-céus de São Paulo, há um mundo pouco conhecido pela maioria dos moradores. Túneis, galerias técnicas e até espaços culturais se espalham por baixo da metrópole, revelando uma face curiosa da cidade.
De acordo com a Revista Planeta, a capital paulista abriga antigas estruturas subterrâneas ligadas ao metrô, como plataformas e túneis que nunca chegaram a ser usados. Alguns foram projetados em linhas que acabaram alteradas, mas ainda permanecem sob a superfície.
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Outros espaços ganharam vida nova, como o “Salão dos Arcos”, no subsolo do Theatro Municipal, e o Teatro do Centro da Terra, em Perdizes, que funciona a cerca de 12 metros abaixo do nível da rua, segundo o portal Educação e Território.
A Catedral da Sé também guarda um tesouro subterrâneo: a cripta localizada sete metros abaixo do altar principal. Ali estão sepultados bispos e arcebispos que marcaram a história da Igreja Católica em São Paulo. Esses ambientes ajudam a contar a evolução da cidade, que cresceu tanto para cima quanto para baixo.
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Mas o que há nas profundezas da terra, muito além das construções humanas? Segundo pesquisadores do Geological Society of America e do portal ResearchGate, o subsolo paulista está assentado sobre parte da Bacia do Paraná, uma das maiores formações geológicas da América do Sul. Essa bacia é composta por camadas de areia, argila e silte acumuladas há milhões de anos. Em alguns pontos, há rochas ígneas formadas por antigas erupções, como as registradas na chamada “intrusão de Limeira”, no leste do estado.
Abaixo dessas camadas, encontra-se o embasamento cristalino — um tipo de rocha muito antiga e resistente, formada ainda no período Pré-cambriano, que serve de base para o continente sul-americano.
Um dos pontos mais curiosos sob São Paulo é a Estrutura de Colônia, uma formação circular de 3,6 km de diâmetro localizada na zona sul da capital. Estudos publicados pela Wiley Online Library indicam que ela pode ter sido causada pelo impacto de um meteorito há milhões de anos, o que explica seu formato e composição diferente das rochas ao redor.
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Já fora da capital, o subsolo do estado abriga verdadeiras maravilhas naturais. Em áreas de rocha calcária, como o Vale do Ribeira, surgem cavernas que impressionam pela extensão e beleza. A mais famosa é a Caverna do Diabo, dentro do Parque Estadual homônimo, onde há centenas de metros de galerias e formações rochosas moldadas pela água ao longo do tempo, conforme descreve o Parque Estadual Caverna do Diabo e a Wikipedia. Outro destaque é a Gruta Casa de Pedra, considerada uma das maiores aberturas de caverna do mundo.
Assim, debaixo de São Paulo há muito mais do que concreto e tubulações. O subsolo guarda histórias humanas, vestígios de eras geológicas e até estruturas formadas por fenômenos cósmicos. Uma cidade viva também em suas profundezas — onde o passado da Terra e o presente da metrópole se encontram.
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