Compreender esse fenômeno passa por reconhecer que existem diferentes maneiras de se viver um relacionamento / Jonatã Rocha/SECOM e Freepik
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A prática da não monogamia, embora ainda seja cercada de preconceito e incompreensão, tem conquistado cada vez mais adeptos no Brasil.
Compreender esse fenômeno passa por reconhecer que existem diferentes maneiras de se viver um relacionamento, e que, para muitos, a exclusividade amorosa e sexual não é uma necessidade.
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A não monogamia inclui diversos formatos de relação, desde o poliamor (em que se mantém múltiplos vínculos afetivos com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos), até o relacionamento aberto (onde há liberdade sexual fora do casal, mas com base em acordos claros).
Mais recentemente, ganhou visibilidade também a chamada agamia, uma proposta de relacionamento onde não há compromisso romântico tradicional com ninguém, uma espécie de relação afetiva sem "rótulos", estrutura ou centralidade no casal.
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Segundo dados da Ashley Madison, plataforma voltada para pessoas comprometidas em busca de experiências extraconjugais, a não monogamia não apenas existe como está crescendo.
Em seu relatório anual de 2024, a empresa divulgou um ranking com as 10 cidades brasileiras com maior adesão à não monogamia.
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As cidades do interior de São Paulo se destacaram na lista, indicando que esse tipo de relação não está restrito apenas aos grandes centros urbanos. Cidades como Ribeirão Preto, Sorocaba, Guarulhos e São José dos Campos ocuparam do 6º ao 9º lugar, respectivamente.
Em regiões onde antes predominava o conservadorismo em temas afetivos, agora se observa uma abertura crescente para outras formas de amar e se relacionar.
Diferente da ideia de "promiscuidade" muitas vezes associada ao termo, a não monogamia envolve acordos claros, diálogo constante, respeito mútuo e consentimento. Para muitos casais, adotar essa dinâmica é uma forma de manter o relacionamento saudável, evitando traições, ressentimentos ou frustrações causadas por imposições culturais de fidelidade.
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A própria Ashley Madison reforça que a não monogamia pode ser um fator positivo na saúde de uma relação. Ao oferecer mais liberdade individual e espaço para o desejo, muitos casais encontram um caminho de crescimento e autoconhecimento, dentro e fora do relacionamento.
Além de São Paulo, o Sul do Brasil também se destaca, especialmente Santa Catarina, com duas cidades no topo do ranking. A diversidade regional mostra que o debate sobre novos formatos de relacionamento está se espalhando para diferentes perfis sociais e culturais.
A não monogamia está longe de ser moda passageira. Com mais pessoas questionando os padrões tradicionais e buscando relações que façam sentido para suas realidades emocionais, essa forma de se relacionar tem tudo para crescer ainda mais.
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E se antes o assunto era tratado como tabu ou piada, hoje ele é pauta séria de discussões sobre liberdade, respeito, desejo e autonomia. O crescimento dessas práticas aponta para uma sociedade cada vez mais aberta à pluralidade.