A proposta chamou atenção pelo potencial social em uma região onde o fornecimento de energia é instável / Reprodução/greenme.it/Maker Faire Africa
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Enquanto milhões ainda enfrentam a realidade de quedas constantes de energia, quatro adolescentes nigerianas apresentaram uma solução inusitada e promissora: um gerador movido a urina. A invenção foi destaque na Maker Faire Africa, evento dedicado à inovação tecnológica no continente, realizado em Lagos, na Nigéria.
Com apenas 14 e 15 anos, Duro-Aina Adebola, Akindele Abiola, Faleke Oluwatoyin e Bello Eniola desenvolveram um dispositivo capaz de gerar até seis horas de eletricidade com um único litro de urina.
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A proposta chamou atenção pelo potencial social em uma região onde o fornecimento de energia é instável e os geradores fazem parte do cotidiano.
O processo começa com a coleta da urina, que é inserida em uma célula eletrolítica. Nela, o hidrogênio é separado por meio de uma reação química.
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Em seguida, o gás passa por um filtro de água que o purifica antes de ser armazenado temporariamente em um cilindro similar ao utilizado em churrasqueiras.
Depois disso, o hidrogênio é transferido para um compartimento com bórax líquido, que retira a umidade restante. Por fim, o gás seco é direcionado ao gerador, onde a eletricidade é produzida.
Para garantir a segurança do sistema, válvulas unidirecionais foram instaladas, evitando riscos de explosão durante o processo.
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Conheça ainda o aquecedor que funciona sem gás ou eletricidade, criado por um argentino.
Embora ainda não seja possível afirmar que o gerador tem um saldo energético positivo, a invenção recebeu elogios por seu valor educativo e experimental.
Pesquisas acadêmicas apontam que o método consome mais energia do que gera, mas, mesmo assim, representa uma alternativa interessante para o tratamento de resíduos líquidos.
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A engenheira química Gerardine Botte, da Ohio University, desenvolve uma tecnologia semelhante chamada GreenBox, voltada para transformar urina em energia e água potável.
O sistema já é testado em bases militares nos Estados Unidos, mostrando que há caminhos viáveis para essa abordagem.
Apesar de ainda estar em estágio experimental, a invenção das jovens nigerianas levanta questões importantes sobre o futuro da energia renovável.
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O uso do hidrogênio como combustível já é considerado promissor por cientistas, e a possibilidade de adaptá-lo para novas finalidades, como veículos e pequenas usinas, não está descartada.
Mais do que uma solução técnica, o gerador movido a urina simboliza o poder da criatividade para enfrentar problemas reais com recursos acessíveis.
Em um mundo em busca de alternativas sustentáveis, a ideia dessas quatro estudantes se destaca como exemplo inspirador de inovação juvenil com impacto social.
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