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Saiba porque jardineiros estão desistindo de plantar hortênsias

Mudanças climáticas colocam em risco a sobrevivência dessa flor icônica e especialistas já apontam alternativas mais resistentes para manter a beleza nos jardins

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 24/05/2025 às 12:00

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Hortênsias precisam de umidade constante no solo e no ar, o que é (quase) impossível em extremos climáticos / Freepik

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As hortênsias, conhecidas pelas flores exuberantes em tons de azul, rosa e roxo, estão perdendo espaço nos jardins do mundo todo. O motivo vai além da estética ou das tendências paisagísticas: as mudanças climáticas estão tornando essa planta, antes símbolo de resistência, cada vez mais frágil. Jardineiros e especialistas alertam que, se nada mudar, ela pode simplesmente desaparecer dos quintais nas próximas décadas.

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Originárias da Ásia, mais especificamente do Japão e da China, as hortênsias conquistaram o mundo com sua aparência marcante e relativa facilidade de cultivo. No entanto, o cenário climático atual tem mudado drasticamente suas condições ideais de sobrevivência. O aumento nas temperaturas, as secas prolongadas e as chuvas intensas estão levando essas plantas ao estresse e à morte precoce.

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Segundo especialistas, as hortênsias precisam de umidade constante no solo e no ar, o que é (quase) impossível em extremos climáticos. As folhas das hortênsias já apresentam sinais de secura mesmo antes do início oficial do verão na Europa.

Mais água não resolve – pode piorar

A tentativa de compensar a secura com regas frequentes nem sempre funciona. Pelo contrário: o excesso de água causa apodrecimento das raízes e favorece fungos como o oídio e o mofo cinzento. Por outro lado, pouca água, especialmente em regiões áridas ou durante ondas de calor, resseca rapidamente a planta.

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Além disso, o calor excessivo reduz a resistência da hortênsia a pragas, tornando-as mais vulneráveis e exigindo um controle constante – o que afasta jardineiros que buscam praticidade e sustentabilidade.

Alternativas resistentes e bonitas

Diante desse cenário, profissionais do paisagismo já indicam substitutas mais adequadas ao clima atual. Três espécies têm se destacado:

  • Lavanda: com flores igualmente vibrantes, é resistente ao calor e à seca, exigindo poucos cuidados.
  • Gramíneas ornamentais: dançam ao vento e sobrevivem bem mesmo em condições severas, trazendo movimento e textura ao jardim.
  • Sedum (ou bálsamo-de-jardim): suculenta que armazena água nas folhas e tolera bem extremos de temperatura.

Essas opções garantem beleza e funcionalidade, sem exigir tantos recursos hídricos – um ponto crucial em tempos de escassez.

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O que as hortênsias estão nos dizendo

O abandono gradual das hortênsias não é apenas uma questão de paisagismo. É um sintoma claro das consequências das mudanças climáticas no cotidiano. O que antes era uma planta resistente, adaptável e popular, agora se torna um desafio ambiental.

Enquanto o planeta aquece, o cultivo de certas espécies se torna insustentável. E embora trocar plantas seja uma solução temporária e individual, o verdadeiro chamado é coletivo: repensar o impacto humano no meio ambiente antes que mais espécies – ornamentais ou não – desapareçam dos nossos campos, florestas e jardins.

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