A escolha entre grama natural e artificial envolve muito mais que a bola rolar / Freepik
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No futebol brasileiro, a discussão sobre o tipo de gramado ganha força, dividindo opiniões. Jogadores renomados, como Neymar, Thiago Silva e Lucas Moura, usaram as redes sociais para defender a grama natural, com o slogan "futebol é natural, não sintético".
Apesar do movimento dos atletas, a realidade econômica e logística aponta para o crescimento do gramado sintético no Brasil. Atualmente, apenas quatro estádios de grande porte utilizam essa superfície, incluindo o Allianz Parque, em São Paulo e o Engenhão, no Rio de Janeiro.
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Essa tendência levanta questões sobre os reais benefícios e desvantagens de cada tipo de piso, especialmente quando se consideram os custos, a sustentabilidade e as condições ideais para a prática do esporte.
A decisão por gramados sintéticos geralmente tem motivação financeira. Esses campos suportam melhor o uso intenso, a realização de shows e as condições de estádios fechados, onde a grama natural sofre com a falta de luz e ventilação.
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Por outro lado, o gramado natural, embora exija irrigação intensa e uso de pesticidas, oferece benefícios ambientais significativos. Ele contribui para a absorção de carbono, a redução da temperatura e a melhoria da qualidade do ar.
A sustentabilidade é um ponto crucial. O piso sintético, feito de plástico e borracha, pode liberar microfibras que poluem rios e mares.
Mesmo com a alta demanda por água (entre 178 mil e 357 mil litros semanais), muitos estádios com grama natural investem em cisternas. Esses reservatórios captam e armazenam água da chuva, minimizando o impacto ambiental da irrigação.
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É importante notar que a grama artificial também requer irrigação para limpeza e utiliza materiais de lenta degradação ambiental. Assim, ambos os tipos de campo apresentam desafios no manejo sustentável.
Apesar da popularidade crescente dos sintéticos, a FIFA mantém sua exigência: grama natural é obrigatória para as partidas da Copa do Mundo. Isso reforça a preferência da entidade máxima do futebol pela superfície tradicional.
Leandro Grava de Godoy, um dos principais pesquisadores sobre gramados naturais em atividade no país, reconhece o valor do gramado artificial para eventos e shows.
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Contudo, para o futebol, ele é categórico: “Para mim, o gramado sintético tem suas funções em relação a shows. Mas, no que diz respeito à prática do futebol e de outros esportes, a grama natural é melhor”, defende, em entrevista ao Jornal da Unesp.