Seus óculos de sol são realmente eficazes contra a radiação? Estudo da USP revela que não

Uma nova pesquisa da USP levanta uma questão crucial sobre a proteção dos seus olhos: óculos de sol comuns podem não ser suficientes contra a radiação ultravioleta (UV) difusa. Essa radiação, que ricocheteia em várias superfícies, pode entrar pelos lados da armação e atingir seus olhos.

Mesmo que as lentes filtrem a luz direta, a radiação UV difusa pode refletir na parte interna das lentes e alcançar seus olhos, que ficam expostos por armações inadequadas. Isso significa que a proteção que você pensa ter pode ser incompleta, deixando sua visão vulnerável aos efeitos nocivos do sol.

A física Liliane Ventura, da Escola de Engenharia de São Carlos da USP (EESC-USP), que estuda a área há cerca de 30 anos, enfatiza à Revista Pesquisa Fapesp: "As armações têm um papel fundamental na proteção dos olhos contra a radiação UV".

Ainda em relação ao uso de óculos, o Google quer ampliar o seu uso e substituir o celular.

A pesquisa da USP

A equipe de pesquisa liderada pela professora analisou 32 modelos de óculos, utilizando um protótipo com sensores ultravioletas no lugar dos olhos. Os resultados revelaram uma grande variação na eficácia da proteção, e o modelo da armação se mostrou um fator determinante.

Óculos com design de máscara, frequentemente usados por atletas, demonstraram alta eficiência, bloqueando 96% da radiação UV. Em contraste, modelos com lentes redondas obtiveram no máximo 81% de proteção. Isso ressalta a importância de escolher a armação certa para garantir a segurança dos seus olhos.

As lentes dos óculos comercializados no Brasil seguem padrões nacionais e internacionais, que exigem um bloqueio mínimo de 380 nanômetros (nm). Dos 12 modelos de lentes analisados, 11 cumpriram essa norma no limite, e apenas uma ofereceu proteção superior.

Ventura confirma que "As lentes dos óculos de sol vendidos no país estão dentro do que as normas nacionais pedem". Contudo, ela ressalta um ponto crítico: "O problema é que as normas brasileiras e internacionais não são suficientes para a proteção UV total dos olhos, porque avaliam apenas as lentes e não consideram as armações".

Uma outra pesquisa também mostrou os benefícios do esporte na saúde mental.

As normas atuais e seus limites

A legislação brasileira para óculos de sol sofreu uma alteração em 2015, quando o limite de proteção foi reduzido de 400 nm (estabelecido em 2013) para 380 nm, em alinhamento com a norma da Organização Internacional de Normalização (ISO). Essa mudança pode impactar a proteção efetiva.

Desde então, não houve esforços para aumentar esse limite. Como comparação, a Austrália, que possui uma incidência solar similar à do Brasil, exige uma proteção mínima de 400 nm. Essa diferença levanta dúvidas sobre a adequação das normas brasileiras para a proteção da sua visão.

Como se proteger de verdade

Para uma proteção eficaz, compre óculos de sol apenas em estabelecimentos confiáveis e credenciados. Produtos vendidos por ambulantes ou em lojas não autorizadas frequentemente usam materiais de baixa qualidade que não oferecem proteção contra a radiação UV, podendo até prejudicar seus olhos.

O Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico do Rio Grande do Sul faz um alerta importante: "Proteja seus olhos, use óculos solar de qualidade". Invista em óculos que realmente cuidem da sua saúde ocular.