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Quer conhecer o paraíso? Em 7 destinos brasileiros, é preciso pagar uma taxa por isso

Cidades turísticas em todo o país estão adotando cobranças ambientais e de turismo, entenda como funcionam e quanto custa visitar cada uma delas

Júlia Morgado

Publicado em 23/10/2025 às 18:38

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Turistas pagam taxas ambientais em destinos. A medida busca equilibrar o turismo com a preservação das belezas naturais brasileiras / stockking/Freepik

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As taxas de turismo já são conhecidas no Brasil, mas vêm ganhando espaço em um número cada vez maior de destinos. Criadas para apoiar a conservação ambiental e o controle do fluxo de visitantes, essas cobranças já fazem parte da experiência de quem viaja para locais como Fernando de Noronha (PE), Jericoacoara (CE) e Bombinhas (SC) — e devem ser adotadas em outras cidades em breve. 

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O que antes era visto como uma medida pontual, restrita a ilhas e vilas isoladas, agora se consolida como uma estratégia de turismo sustentável. De praias a parques nacionais, municípios com grande atrativo turístico estão regulamentando valores que podem ultrapassar R$ 100 por dia.

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Por que essas taxas existem

Chamadas de Taxas de Preservação Ambiental (TPA), Taxas de Turismo Sustentável (TTS) ou Taxas de Conservação Ambiental (TCA), essas cobranças são aplicadas em destinos turísticos que procuram proteger o patrimônio natural e cultural que mantém o turismo vivo.

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As taxas representam uma responsabilidade tanto dos visitantes, quanto das comunidades locais para conservar as cidades. Garantidas em leis municipais, as taxas têm como função financiar serviços públicos, reduzir impactos ambientais e organizar o fluxo de turistas.

Os valores arrecadados são investidos em limpeza urbana, coleta de resíduos, segurança, sinalização e manutenção de áreas de preservação. A forma de cobrança varia: pode ser por pessoa, veículo ou diária — e, em muitos casos, o pagamento pode ser feito antecipadamente pela internet, de forma simples e rápida.

Destinos brasileiros que já cobram taxa de visitação

Veja na galeria quais são os destinos famosos que já cobram taxa:

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Fernando de Noronha (PE): Pioneira no país, a ilha cobra desde 1989 a Taxa de Preservação Ambiental. O valor é de R$ 101,33 por dia e por pessoa e deve ser pago antes da viagem ou na chegada. A medida ajuda a controlar o tempo de permanência e a financiar a infraestrutura e a conservação do arquipélago/ Eduardo Muruci/Wikimedia Commons
Fernando de Noronha (PE): Pioneira no país, a ilha cobra desde 1989 a Taxa de Preservação Ambiental. O valor é de R$ 101,33 por dia e por pessoa e deve ser pago antes da viagem ou na chegada. A medida ajuda a controlar o tempo de permanência e a financiar a infraestrutura e a conservação do arquipélago/ Eduardo Muruci/Wikimedia Commons
Jericoacoara (CE): O município de Jijoca de Jericoacoara cobra a Taxa de Turismo Sustentável desde 2017, com o valor de R$ 41,50 por visitante, válida por até 10 dias. Crianças, idosos, pessoas com deficiência e moradores locais são isentos. O pagamento pode ser feito antecipadamente pelo site da prefeitura/ Anderps/Wikimedia Commons
Jericoacoara (CE): O município de Jijoca de Jericoacoara cobra a Taxa de Turismo Sustentável desde 2017, com o valor de R$ 41,50 por visitante, válida por até 10 dias. Crianças, idosos, pessoas com deficiência e moradores locais são isentos. O pagamento pode ser feito antecipadamente pelo site da prefeitura/ Anderps/Wikimedia Commons
Alto Paraíso de Goiás (GO): Porta de entrada da Chapada dos Veadeiros, instituiu em 2024 a Taxa de Conservação Ambiental (TCA), no valor de R$ 20 por pessoa para até sete dias. O pagamento gera um QR code que deve ser apresentado nos acessos à vila de São Jorge e aos atrativos naturais/ Bibliofilia/Wikimedia Commons
Alto Paraíso de Goiás (GO): Porta de entrada da Chapada dos Veadeiros, instituiu em 2024 a Taxa de Conservação Ambiental (TCA), no valor de R$ 20 por pessoa para até sete dias. O pagamento gera um QR code que deve ser apresentado nos acessos à vila de São Jorge e aos atrativos naturais/ Bibliofilia/Wikimedia Commons
Morro de São Paulo (BA): Localizado no arquipélago de Tinharé, cobra a Tarifa por Uso do Patrimônio do Arquipélago (TUPA), o custo é de R$ 50 por pessoa, válida por 30 dias. O valor é destinado à limpeza e à preservação das áreas naturais e pode ser pago antecipadamente de forma digital/ LíviaBuhring/Wikimedia Commons
Morro de São Paulo (BA): Localizado no arquipélago de Tinharé, cobra a Tarifa por Uso do Patrimônio do Arquipélago (TUPA), o custo é de R$ 50 por pessoa, válida por 30 dias. O valor é destinado à limpeza e à preservação das áreas naturais e pode ser pago antecipadamente de forma digital/ LíviaBuhring/Wikimedia Commons
Santo Amaro do Maranhão (MA): Um dos portões de entrada dos Lençóis Maranhenses, cobra desde 2023 a Taxa de Turismo Sustentável. O valor é de R$ 10 por visitante, com validade de três dias, e pode ser pago em postos na cidade. Crianças, idosos e pessoas com deficiência têm isenção/ Julius Dadalti/Wikimedia Commons
Santo Amaro do Maranhão (MA): Um dos portões de entrada dos Lençóis Maranhenses, cobra desde 2023 a Taxa de Turismo Sustentável. O valor é de R$ 10 por visitante, com validade de três dias, e pode ser pago em postos na cidade. Crianças, idosos e pessoas com deficiência têm isenção/ Julius Dadalti/Wikimedia Commons
Bombinhas (SC): A cidade catarinense cobra a Taxa de Preservação Ambiental (TPA) desde 2014, aplicada por veículo que entra na cidade durante a alta temporada (de 15 de novembro a 15 de abril). O valor varia conforme o tipo de veículo: R$ 38 para carros, R$ 57 para utilitários e R$ 4,50 para motocicletas. O pagamento pode ser feito online/ Nbarioni/Wikimedia Commons
Bombinhas (SC): A cidade catarinense cobra a Taxa de Preservação Ambiental (TPA) desde 2014, aplicada por veículo que entra na cidade durante a alta temporada (de 15 de novembro a 15 de abril). O valor varia conforme o tipo de veículo: R$ 38 para carros, R$ 57 para utilitários e R$ 4,50 para motocicletas. O pagamento pode ser feito online/ Nbarioni/Wikimedia Commons
Ubatuba (SP): No litoral norte paulista, a TPA é cobrada eletronicamente para veículos. O valor é de R$ 13,73 para carros, R$ 3,69 para motos e R$ 97,14 para ônibus de turismo. O objetivo é reduzir os impactos ambientais e melhorar a infraestrutura da cidade/ Ubatuba Guide/Wikimedia Commons
Ubatuba (SP): No litoral norte paulista, a TPA é cobrada eletronicamente para veículos. O valor é de R$ 13,73 para carros, R$ 3,69 para motos e R$ 97,14 para ônibus de turismo. O objetivo é reduzir os impactos ambientais e melhorar a infraestrutura da cidade/ Ubatuba Guide/Wikimedia Commons

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Cidades que planejam adotar o modelo

A lista de municípios que estudam ou já aprovaram leis para criar taxas ambientais cresce a cada ano.

Ilhabela (SP) pretende retomar a cobrança da TPA em dezembro de 2025, com valores a partir de R$ 48 por carro. O recurso será destinado à manutenção de serviços públicos e preservação das áreas naturais.

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Campos do Jordão (SP) também está próxima de implementar a medida. O projeto que cria a taxa foi aprovado na Câmara Municipal e aguarda sanção do prefeito. A previsão é que a cobrança entre em vigor no segundo semestre de 2026.

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Já em Aparecida do Norte (SP), a prefeitura propôs um Projeto de Lei Complementar que cria uma taxa turística voltada ao fortalecimento da infraestrutura durante as grandes romarias e eventos religiosos que atraem milhões de fiéis todos os anos.

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Turismo responsável: uma tendência em expansão

A cobrança dessas taxas reflete uma mudança de paradigma no turismo brasileiro. Elas surgem como uma tentativa de equilibrar o desejo de explorar paisagens únicas com a necessidade de proteger ecossistemas frágeis e garantir qualidade de vida aos moradores locais.

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