Diário Mais
Ícone da Era de Ouro de Hollywood, Elizabeth Taylor marcou o cinema com atuações memoráveis e uma vida pessoal que continua a inspirar narrativas culturais até hoje
Conheça mais sobre Elizabeth Taylor, atriz que dá nome a segunda faixa do novo albúm de Taylor Swift / Reprodução X/@taylorswift13/Domínio Público
Continua depois da publicidade
Com o novo lançamento da cantora Taylor Swift, o nome da grande atriz Elizabeth Taylor retorna ao holofote, já que agora ela é título da segunda faixa de ‘The Life of a Showgirl', o 12º álbum da popstar.
Assim como Swift, a atriz da Era de Ouro de Hollywood teve uma grande atenção pública na sua vida pessoal, já que mesmo com sucesso profissional, suas vidas pessoais sempre acabam como foco na mídia.
Continua depois da publicidade
A cantora já citou Elizabeth em outros projetos como nos seus 5º e 6º álbuns de estúdio. No clipe de 2015 da música 'Wildest Dreams', a cantora aparece representando a atriz.
Já em ‘Reputation’ na música ‘...Ready for It’, faixa que abre o álbum, no segundo verso a letra “And he can be my jailer, Burton to this Taylor”("E ele pode ser meu carcereiro, o Burton dessa Taylor", em tradução), que faz referência ao relacionamento polêmico de Elizabeth Taylor e Richard Burton.
Continua depois da publicidade
Elizabeth Taylor (1932–2011) foi uma das maiores estrelas e lendas do cinema clássico de Hollywood. Nascida em Londres, Inglaterra, ela se mudou para os Estados Unidos com sua família em 1939.
Sua carreira começou cedo: ela fez sua estreia no cinema aos dez anos, em 'There's One Born Every Minute' (1942), mas seu primeiro grande papel foi na adolescência com 'A Mocidade É Assim Mesmo' (em inglês 'National Velvet', 1944), um filme que ela considerou o "mais emocionante de sua carreira".
Ao fazer a transição para papéis adultos, Elizabeth atuou em 'O Pai da Noiva' (1950) e recebeu aclamação da crítica por sua performance em 'Um Lugar ao Sol' (1951). Ela se destacou em adaptações de peças de Tennessee Williams, como 'Gata em Teto de Zinco Quente' (1958) e 'De Repente, No Último Verão' (1959), pelo qual ganhou seu primeiro Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme Dramático.
Continua depois da publicidade
Em sua carreira, Elizabeth Taylor recebeu dois Oscars de Melhor Atriz. O primeiro foi por sua interpretação de uma call girl, em termos populares prostituta, em 'Disque Butterfield 8' de 1960.
Um momento crucial em sua trajetória foi o épico 'Cleópatra' (1963). Ao estrelar este filme, Elizabeth fez história ao se tornar a primeira estrela de cinema a receber US$ 1 milhão por um papel.
Seu segundo Oscar veio por seu aclamado trabalho em 'Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?' (1966). Para interpretar Martha, uma mulher de 50 anos, aos 34 anos, com problemas no casamento, ela intencionalmente ganhou peso, usou uma peruca e maquiagem para deixá-la mais velha e cansada, contrastando com sua imagem glamourosa. A interpretação recebeu as melhores críticas de sua carreira.
Continua depois da publicidade
Elizabeth Taylor também foi uma empresária de sucesso. Ela lançou uma coleção de fragrâncias (incluindo Passion em 1987 e White Diamonds em 1991) que se tornaram best-sellers e ajudaram a estabelecer a tendência de perfumes de celebridades. Estima-se que ela ganhou mais dinheiro com os perfumes do que em toda a sua carreira de atriz.
O canal 'Turner Classic Movies' fez um compilado das melhores cenas de Elizabeth Taylor:
Nos seus últimos anos, ela se aposentou da atuação em 2003, devido a problemas de saúde, e se dedicou à filantropia.
Continua depois da publicidade
Taylor foi uma das primeiras celebridades a se envolver no ativismo contra o HIV/AIDS a partir dos anos 80, co-fundando a Fundação Americana para a Pesquisa da AIDS (amfAR) em 1985 e a Fundação Elizabeth Taylor AIDS (ETAF) em 1991. Por seu trabalho humanitário, ela recebeu a Medalha Presidencial de Cidadãos em 2001.
Veja também: 30 personagens de mulheres antológicas do cinema.
A vida pessoal de Elizabeth Taylor foi marcada por intensa atenção midiática, o que a estabeleceu como uma das primeiras celebridades modernas. Ela foi casada oito vezes com sete homens diferentes.
Continua depois da publicidade
Seu primeiro casamento, aos 18 anos, foi com o herdeiro de hotéis Conrad Nicholson Hilton Jr. em 1950, mas a união durou apenas cerca de sete a oito meses, sendo marcada por abuso e problemas de Hilton com o uso de drogas.
Com o segundo marido, o ator britânico Michael Wilding (1952–1957), ela teve seus dois filhos, Michael Howard (1953) e Christopher Edward (1955).
O terceiro marido, o produtor Mike Todd (1957–1958), foi seu "primeiro grande amor", com quem teve a filha Liza Todd. Taylor ficou devastada quando Todd morreu em um acidente aéreo em 1958.
Continua depois da publicidade
Em meio ao luto, ela iniciou um caso com o cantor Eddie Fisher, que era amigo de Todd e marido de sua amiga Debbie Reynolds. Este caso resultou no maior escândalo de sua vida sentimental. Taylor foi amplamente condenada pela mídia, sendo chamada de "viúva negra" e "destruidora de lares". Ela e Fisher se casaram em 1959, mas o casamento durou apenas 5 anos, terminando em 1964.
Seu relacionamento mais conhecido e turbulento foi com o ator Richard Burton, que conheceu durante as filmagens de 'Cleópatra' em 1962. Mesmo ambos sendo casados, eles começaram um romance extraconjugal que se tornou o foco da mídia internacional por quinze anos.
O casal, apelidado de "Liz and Dick", se casou e se divorciou duas vezes (1964–1974 e 1975–1976). A intensidade de sua paixão e brigas era tão pública que o Vaticano chegou a condená-los por "vadiagem erótica". Burton adotou Liza Todd e, juntos, adotaram uma filha, Maria Burton.
Continua depois da publicidade
Seu sexto casamento foi com o político John Warner (1976–1982). Por fim, seu oitavo e último casamento foi com o operário da construção civil Larry Fortensky (1991–1996), que ela conheceu em um centro de reabilitação.
A inclusão da faixa "Elizabeth Taylor" no álbum de Taylor Swift resultou em uma resposta positiva de um dos filhos da atriz.
Christopher Wilding, o segundo filho mais velho de Elizabeth Taylor (do casamento com Michael Wilding), foi contatado e expressou grande admiração por Taylor Swift.
Ele afirmou que Taylor Swift e sua mãe "compartilham qualidades semelhantes e que teriam se dado bem" se tivessem tido a oportunidade de se encontrar. Christopher Wilding também elogiou Swift por ser "um exemplo raro e positivo para as garotas".
Além disso, ele destacou que sempre admirou a cantora por sua "filantropia e sua coragem para defender o que acredita", o que reflete a própria dedicação de Elizabeth Taylor à filantropia, especialmente no ativismo contra o HIV/AIDS.
A canção Elizabeth Taylor mistura imagens luxuosas e vulnerabilidade emocional, traçando paralelos entre a atriz e a própria trajetória de Swift. Referências a “Portofino”, “Cartier” e “diamantes brancos” remetem diretamente ao estilo glamouroso e à famosa coleção de jóias de Elizabeth, especialmente seu perfume White Diamonds.
Por outro lado, versos como “Been number one but I never had fun” (“Estive em primeiro lugar, mas nunca me diverti”) e “Be my NY when Hollywood hates me” (“Seja minha Nova York quando Hollywood me odiar”) revelam o lado Swift: o peso de ser constantemente observada, criticada e julgada pelo público, mesmo no auge do sucesso.
Assim como Elizabeth Taylor, que foi chamada de “destruidora de lares” e perseguida pela imprensa por seus relacionamentos, Swift também expõe como a fama pode trazer isolamento e solidão.
No início da música, a pergunta “Elizabeth Taylor / Do you think it’s forever?” (“Elizabeth Taylor / Você acha que é para sempre?”) ecoa tanto os casamentos breves e polêmicos da atriz quanto os relacionamentos públicos e efêmeros de Swift. Já em “And if your letters ever said ‘Goodbye’ / I’d cry my eyes violet” (“E se suas cartas algum dia dissessem ‘Adeus’ / Eu choraria até meus olhos ficarem violetas”), a cantora une a cor violeta, que era relacionada aos olhos de Elizabeth Taylor, à sua própria vulnerabilidade diante de perdas afetivas.
Quando Swift canta “All my white diamonds and tears are forever / Don’t you ever end up anything but mine” (“Todos os meus diamantes brancos e lágrimas são para sempre / Que você nunca acabe sendo nada além de meu”), ela entrelaça a imagem glamourosa da atriz, famosa por sua coleção de jóias e pelo perfume White Diamonds, com seu próprio desejo de permanência e pertencimento em meio a uma vida marcada por glamour e instabilidade emocional.
A música é um retrato de duas mulheres em tempos diferentes, mas que partilharam a experiência de serem eternizadas tanto pelo talento quanto pela narrativa pública de suas vidas pessoais.