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Que fim levou a enciclopédia Barsa, símbolo de status e conhecimento nos anos 80 e 90?

A coleção que já foi sinônimo de pesquisa escolar perdeu espaço com a chegada da internet

Jeferson Marques

Publicado em 23/09/2025 às 12:27

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Jovem dos anos 90 faz pesquisa na Barsa, o Google daquela época / Imagem gerada por IA

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Antes de existir internet, smartphones e motores de busca, muitas famílias brasileiras tinham em casa um conjunto de livros que era símbolo de conhecimento: a Enciclopédia Barsa

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Lançada em 1964 no Brasil, em parceria com a norte-americana Encyclopaedia Britannica, a coleção se transformou em referência obrigatória para trabalhos escolares e pesquisas acadêmicas.

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A Barsa era vendida de porta em porta e, além de reunir artigos sobre ciência, história, arte e cultura, trazia fotos e gráficos coloridos que impressionavam em uma época em que a informação era escassa. Ter a coleção na estante era sinal de status cultural e de investimento na educação dos filhos.

A chegada da internet

Com a popularização da internet nos anos 1990 e a criação do Google em 1998, o modelo das enciclopédias impressas começou a perder espaço. A agilidade das buscas online e a atualização constante de dados tornaram os volumes da Barsa cada vez menos atraentes. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a empresa responsável pela enciclopédia chegou a apostar em versões digitais em CD-ROM e até em um portal na web, mas a concorrência com a Wikipédia e outros sites gratuitos tornou o modelo inviável.

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O fim da coleção

Em 2015, a Encyclopaedia Britannica, que também era parceira da Barsa, anunciou oficialmente que deixaria de imprimir versões físicas, marcando simbolicamente o fim de uma era. A Barsa não foi diferente: deixou de circular em papel e, apesar de tentativas de manter versões digitais, sua presença desapareceu do cotidiano.

Hoje, os exemplares da enciclopédia sobrevivem apenas em sebos, bibliotecas e nas estantes de colecionadores. Como destacou a BBC Brasil, a Barsa se tornou um objeto de memória, lembrado mais pela nostalgia do que pela utilidade prática.

Símbolo de outro tempo

O desaparecimento da Barsa mostra como a tecnologia pode transformar radicalmente hábitos culturais. O que antes exigia volumes pesados e consultas demoradas passou a estar disponível em segundos, na tela de um celular. Para muitos brasileiros, folhear os livros azuis da Barsa ainda traz lembranças da infância, dos trabalhos escolares feitos à mão e da sensação de estar “descobrindo o mundo” em páginas encadernadas.

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Hoje, a enciclopédia é símbolo de uma época em que o conhecimento era guardado em papel — e o acesso à informação dependia de abrir um livro, e não de digitar no Google.

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