Jovem dos anos 90 faz pesquisa na Barsa, o Google daquela época / Imagem gerada por IA
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Antes de existir internet, smartphones e motores de busca, muitas famílias brasileiras tinham em casa um conjunto de livros que era símbolo de conhecimento: a Enciclopédia Barsa.
Lançada em 1964 no Brasil, em parceria com a norte-americana Encyclopaedia Britannica, a coleção se transformou em referência obrigatória para trabalhos escolares e pesquisas acadêmicas.
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A Barsa era vendida de porta em porta e, além de reunir artigos sobre ciência, história, arte e cultura, trazia fotos e gráficos coloridos que impressionavam em uma época em que a informação era escassa. Ter a coleção na estante era sinal de status cultural e de investimento na educação dos filhos.
Com a popularização da internet nos anos 1990 e a criação do Google em 1998, o modelo das enciclopédias impressas começou a perder espaço. A agilidade das buscas online e a atualização constante de dados tornaram os volumes da Barsa cada vez menos atraentes. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a empresa responsável pela enciclopédia chegou a apostar em versões digitais em CD-ROM e até em um portal na web, mas a concorrência com a Wikipédia e outros sites gratuitos tornou o modelo inviável.
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Em 2015, a Encyclopaedia Britannica, que também era parceira da Barsa, anunciou oficialmente que deixaria de imprimir versões físicas, marcando simbolicamente o fim de uma era. A Barsa não foi diferente: deixou de circular em papel e, apesar de tentativas de manter versões digitais, sua presença desapareceu do cotidiano.
Hoje, os exemplares da enciclopédia sobrevivem apenas em sebos, bibliotecas e nas estantes de colecionadores. Como destacou a BBC Brasil, a Barsa se tornou um objeto de memória, lembrado mais pela nostalgia do que pela utilidade prática.
O desaparecimento da Barsa mostra como a tecnologia pode transformar radicalmente hábitos culturais. O que antes exigia volumes pesados e consultas demoradas passou a estar disponível em segundos, na tela de um celular. Para muitos brasileiros, folhear os livros azuis da Barsa ainda traz lembranças da infância, dos trabalhos escolares feitos à mão e da sensação de estar “descobrindo o mundo” em páginas encadernadas.
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Hoje, a enciclopédia é símbolo de uma época em que o conhecimento era guardado em papel — e o acesso à informação dependia de abrir um livro, e não de digitar no Google.