Diário Mais
O banheiro de casa às praias lotadas, os produtos de beleza dos anos 80 moldaram hábitos, cheiros e rituais que seguem vivos na memória de milhões de brasileiras
Naquela década, beleza significava cabelo com volume, brilho intenso e pele dourada de sol. / Reprodução
Continua depois da publicidade
Naquela década, beleza significava cabelo com volume, brilho intenso e pele dourada de sol. Era a era dos xampus de ovo e de alho, dos cremes gigantes de tutti-frutti, do batom de melancia e dos bronzeadores sem filtro. O ritual começava na penteadeira e terminava no calçadão, traduzindo uma época em que cor, ousadia e liberdade eram sinônimos de estilo.
Esses produtos marcaram uma geração porque eram acessíveis, fáceis de encontrar e deixavam resultados imediatos. Mais do que nostalgia, eles refletem uma fase em que o Brasil descobria sua própria estética, colorida, perfumada e vibrante.
Continua depois da publicidade
O cuidado começava no banho. Xampus de ovo, Vital Ervas e Aquamarine eram itens básicos, baratos, cheirosos e com aquele “frescor geladinho” no couro cabeludo. Para quem queria força extra, o famoso xampu de alho prometia milagres, mesmo com o cheiro que “grudava nos fios”.
Nos penteados, a palavra de ordem era volume. O Gel New Wave, lançado em versão com glitter em 1984, virou febre. Já a química do momento era o tioglicolato de amônio, usado para alisar ou cachear os fios. O visual dominante, porém, era o dos cachos exagerados, moldados em bigoudis, a famosa “permanente” que dominou os salões e banheiros brasileiros.
Continua depois da publicidade
Neutrox e Yamasterol estavam em praticamente todos os lares. Desembaraçavam fácil e representavam praticidade. Nos fins de semana, o ritual de beleza incluía os potes enormes de “coquetéis de frutas”, plástico filme na cabeça e meia hora de touca térmica, uma cena clássica que muita gente ainda repete.
'De Volta para o Futuro' retorna aos cinemas em versão especial de 40 anos
Outro ícone da época foram os sachês individuais de xampu e creme rinse: baratos, práticos e ideais para viagens ou para dividir com amigas. Simples e funcionais, esses pacotinhos se tornaram símbolo da criatividade dos anos 80.
Continua depois da publicidade
Se hoje o protetor solar é regra, nos anos 80 o bronzeador era o astro principal. Marcas como Urucum, Cenoura & Bronze e Rayto del Sol dominavam as praias. O óleo de amêndoas também era usado para “fixar” o tom, numa época em que a pele bem queimada era símbolo de saúde e beleza.
Essa busca pelo bronze perfeito explica por que tantas lembranças da década têm cheiro de loção, areia e verão eterno.
No banheiro, o Leite de Rosas era indispensável, limpava, refrescava e removia maquiagem. Para espinhas e manchas, o remédio era a Minâncora.
Continua depois da publicidade
Quando os primeiros sinais apareciam, entrava em cena o Rugol, enquanto a clássica Nívea da latinha azul hidratava rosto, cotovelos e mãos, um verdadeiro curinga.
No corpo, Corpo a Corpo e Leite de Aveia Davene perfumavam com aromas inconfundíveis, que se tornaram assinatura de uma geração.
Nos lábios, o batom Moranguinho reinava entre as adolescentes: brilho, cheirinho doce e zero esforço.
Continua depois da publicidade
Para as baladas, o batom mágico verde mudava de cor nos lábios e resistia por horas. Já o batom de melancia da linha Encore (Avon) trouxe o vermelho intenso e ousado típico dos anos 80.
Mais ao fim da década, os estojos de maquiagem “do Paraguai” viraram febre, com espelhinho, mini pincel e muito brilho. Verdadeiros tesouros de penteadeira.
O clássico talco em frasco de maçã, com esponja felpuda, dava charme extra à rotina.
Continua depois da publicidade
Nas colônias, alfazema, Cristal e Wild Musk marcaram época, mesmo com o avanço dos importados.
E o perfume Tati, do Boticário (lançado em 1980), ganhou o título de “cheiro da mulher oitentista”, uma fragrância que atravessou gerações.