Os cuidados para a decolagem podem parecer inuteis, mas tem grando valor em emergências / Freepik
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Antes da decolagem, as companhias aéreas fazem de tudo para captar a atenção dos passageiros: vídeos criativos, anúncios inesperados e até participações especiais.
Mesmo assim, basta sentar para muitos desligarem completamente e ignorarem regras que, na prática, existem por motivos bem sérios.
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Para esclarecer o que está por trás dessas exigências, conversamos com especialistas e profissionais de bordo que lidam com esses procedimentos diariamente.
Reclinar o assento logo que embarca pode ser incômodo para quem está atrás e também perigoso.
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A orientação de deixá-lo reto durante a decolagem e o pouso não é aleatória: esses são os momentos em que há maior chance de algo sair do esperado.
Se houver uma evacuação repentina, o encosto ereto mantém o espaço livre para que quem está na fileira de trás consiga sair rapidamente.
A mesma lógica vale para a bandeja recolhida e os objetos guardados sob o assento da frente, evitando obstáculos em situações críticas.
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Entre todas as regras, talvez essa seja a que mais gera dúvida: por que é preciso abrir a janela?
As fases de decolagem e pouso concentram o maior risco operacional. Com a persiana erguida, passageiros e tripulação conseguem identificar visualmente possíveis problemas, como fogo no motor ou qualquer situação anormal na parte externa.
Além disso, se for necessária uma evacuação, a equipe precisa avaliar rapidamente se aquele lado da aeronave é seguro para a saída. Funcionários no solo também dependem dessa visibilidade para entender o que acontece dentro da cabine.
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Outro ponto importante é a adaptação da visão: ao deixar a luz natural entrar, seus olhos ajustam-se ao ambiente externo. Caso haja uma emergência, você enxergará melhor ao sair da aeronave.
Pouco antes da decolagem ou da aproximação para o pouso, as luzes internas diminuem. Isso acontece porque, em uma eventual falta de energia ou em um pouso de emergência, a cabine poderia ficar escura repentinamente. A visão noturna precisa estar pronta.
Como explica Jodie Jarvis, instrutora de procedimentos de segurança e comissária de bordo, em entrevista à Euronews Travel “As luzes são atenuadas para facilitar a visão noturna em caso de evacuação”.
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A medida simples garante que passageiros e tripulantes consigam se orientar mais rapidamente caso precisem deixar o avião.
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As demonstrações de segurança mostram a posição de proteção, que deve ser feita apenas sob instrução da tripulação. Ela ajuda a reduzir lesões causadas por desaceleração brusca durante um pouso de emergência.
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Jarvis explica que “A posição de segurança é utilizada durante um pouso de emergência , principalmente para prevenir lesões por inércia”.
Turbulências comuns, por outro lado, normalmente não exigem essa postura; basta manter o cinto afivelado.
Antes de 2013, celulares precisavam ser desligados totalmente. Hoje, basta ativar o modo avião. A regra surgiu porque se temia interferência nos sistemas de comunicação, especialmente no rádio da cabine de comando.
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Embora tecnologias tenham avançado e aeronaves modernas sejam preparadas para evitar esse tipo de interferência, companhias aéreas permanecem extremamente cautelosas.
Como ainda existem aparelhos e tecnologias não testadas, recomenda-se manter o modo avião ativado até segunda ordem, por precaução.
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Se a aeronave precisar ser evacuada, tudo deve acontecer em até 90 segundos. Qualquer segundo perdido pode ter consequências sérias.
Jarvis lembra que carregar objetos pessoais é arriscado: “Durante uma evacuação, sua bolsa pode ocupar espaço que outra pessoa poderia usar, além de poder se enroscar, fazer alguém tropeçar, atingir alguém e perfurar ou danificar o escorregador de alguma forma”.
O mesmo vale para saltos altos, que podem rasgar o escorregador de emergência. Já chinelos, embora confortáveis, são frágeis para correr, por isso não são recomendados.
Seja abrir a persiana, ajustar o assento ou ativar o modo avião, cada regra existe por um motivo real. A maior parte das pessoas nunca enfrentará uma emergência a bordo e é exatamente isso que a aviação busca. Mas seguir essas orientações simples garante que, caso algo aconteça, todos estejam prontos.