Uma delas é o uso de "meia" como sinônimo de "seis", seja ao informar um número de telefone ou ao falar em "meia dúzia de ovos". / Freepik
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Às vezes repetimos expressões no dia a dia sem nunca questionar de onde elas vieram. Uma delas é o uso de “meia” como sinônimo de “seis”, seja ao informar um número de telefone ou ao falar em “meia dúzia de ovos”.
A tradição é tão natural para nós que raramente paramos para pensar em sua origem. Embora não exista uma resposta definitiva, há teorias históricas, especialmente ligadas a Portugal, que ajudam a explicar como esse hábito surgiu.
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Segundo relatos de historiadores portugueses, o uso de “meia” pode ter começado nos anos 1930, quando as ligações telefônicas ainda dependiam de telefonistas nas centrais manuais.
Naquela época quem queria fazer uma ligação precisava solicitar o número à telefonista, porém, havia um problema: o som do “três” na pronúncia portuguesa lembrava muito o som do “seis”,algo como “trêix” e “sêix”, semelhante ao sotaque carioca.
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Com os aparelhos antigos e cheios de ruído, telefonistas confundiam os números, e as ligações acabavam indo para destinos errados. Para evitar erros, passou-se a usar “meia” para indicar o número 6, uma abreviação de “meia dúzia”, já que uma dúzia tem 12 unidades, e metade disso é seis.
Assim, o termo não é usado isoladamente (“uma criança tem meia anos”), mas sim dentro de outros numerais.
Outro uso muito comum da palavra é no horário: dizemos “seis e meia” para indicar 30 minutos.
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A explicação é simples. Trinta minutos representam a metade de uma hora, composta por sessenta minutos. Logo, dizer “meia” virou uma forma rápida e natural de indicar o meio do período.
A meia que se usa no pé é outra história interessante. Além de número e de tempo, “meia” também é o nome da peça que usamos nos pés e essa origem é completamente diferente.
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Os romanos não usavam calças ou sapatos fechados. Ao viverem em regiões mais frias, aprenderam com povos germânicos e franceses a usar pedaços de pano enrolados nos pés, chamados de calceum.
Com o tempo essas peças foram crescendo até se tornarem calças. Como a parte do pé sujava mais, alguém decidiu separá-la da peça inteira. O que restou virou a meia, literalmente uma parte da calça.
Apesar de parecer um termo simples, “meia” carrega histórias que atravessam séculos e da telefonia portuguesa ao vestuário romano, passando pelo nosso jeito cotidiano de marcar horas.
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