Cada onda costuma representar um pedido para o novo ciclo e o número sete aparece como símbolo de espiritualidade, proteção e renovação / Freepik
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Você provavelmente já esteve lá: os pés na areia molhada, o som dos fogos ao fundo e aquela contagem regressiva que termina com uma corrida em direção à espuma do mar.
Pular as sete ondas é, talvez, o ritual mais democrático do Brasil, mas você já parou para pensar por que fazemos exatamente isso? Muito além de uma simples superstição de praia, esse gesto carrega séculos de história, herança espiritual e um simbolismo matemático que promete blindar o seu próximo ano. Entenda o que acontece com a sua energia a cada salto.
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Quando o relógio marca a virada do ano, milhares de pessoas seguem em direção ao mar para cumprir um dos rituais mais tradicionais do réveillon brasileiro: pular sete ondas.
A prática, repetida em praias de norte a sul do país, mistura fé, simbolismo e herança cultural, atravessando gerações como um gesto de esperança para o novo ciclo que começa.
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O mar como cenário de renovação: pular as sete ondas é o ritual mais tradicional do Réveillon brasileiro / Imagem gerada por IAA origem do costume está ligada às religiões de matriz africana, especialmente ao culto a Iemanjá, orixá associada ao mar, à fertilidade e à proteção.
Segundo a tradição, pular as ondas é uma forma de pedir bênçãos, afastar energias negativas e agradecer pelas conquistas do ano que termina. Cada onda simboliza um pedido ou intenção, geralmente feito em silêncio, enquanto se mantém o pensamento positivo.
Com o passar dos anos, o ritual ultrapassou os limites religiosos e passou a ser adotado por pessoas de diferentes crenças. Hoje, muitos veem o gesto como um momento de conexão pessoal, reflexão e definição de metas para o ano que começa.
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O número sete também tem forte carga simbólica. Presente em diversas culturas e religiões, ele está associado à espiritualidade, à perfeição e aos ciclos da natureza.
No contexto do Réveillon, pular sete ondas representa a passagem completa para um novo período, com a expectativa de equilíbrio, prosperidade e renovação. Para quem segue a tradição à risca, a ideia é que cada onda “carregue” um desejo para o novo ano.
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Fé e intenção: cada um dos sete saltos simboliza um pedido de abertura de caminhos para o ciclo que começa / Imagem gerada por IAApesar das variações regionais, a essência do ritual permanece a mesma: entrar no mar, pular as ondas de frente para a água e mentalizar desejos positivos. Saiba como fazer na galeria abaixo:
Em algumas versões, há ainda o costume de oferecer flores ao mar ou vestir roupas brancas, reforçando o pedido de paz e proteção. Vale lembrar que, em noites de mar agitado, a recomendação é priorizar a segurança e adaptar o ritual na beira d’água.
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Especialistas em cultura popular destacam que rituais ganham força em datas simbólicas porque ajudam a marcar o fim de um ciclo e o início de outro. A virada do ano, carregada de expectativas, torna-se um momento propício para práticas que estimulam a esperança e o sentimento de controle sobre o futuro.
Mais do que superstição, pular sete ondas na virada do ano reflete a força das tradições populares brasileiras e a busca coletiva por renovação. Em meio a fogos, festas e celebrações, o ritual segue como um dos símbolos mais marcantes do réveillon no país.
Herança cultural: a tradição de saudar o mar tem raízes profundas nas religiões de matriz africana e no culto a Iemanjá / Imagem gerada por IA