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Ao Diário do Litoral, a médica veterinária Carolina Vianna Leite Otero explica que, diferente dos cães, os gatos costumam ser mais vulneráveis neste cenário
Esse comportamento também pode estar relacionado a uma série de fatores / Tranmautritam/Pexels
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Por mais que a maioria dos gatos seja considerada dócil, uma parcela deles sempre foge quando se depara com uma visita na casa onde vive. No entanto, esse hábito pode ser mais "normal" do que muitos imaginam.
Ao Diário do Litoral, a médica veterinária Carolina Vianna Leite Otero explica que, diferente dos cães, os gatos costumam ser mais vulneráveis a quebras bruscas de rotina, o que afeta sua saúde mental e física.
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Mesmo que alguns tutores possuam carinho por seus gatos, que inclusive realizam RG para eles, a presença de uma pessoa estranha em seu ambiente, causa um desconforto neles.
"Quando uma nova pessoa entra na casa, com outro cheiro, voz diferente e um jeito novo de se movimentar, o instinto de autoproteção fala mais alto. Eles são sensíveis a barulhos altos e perfumes fortes", explica.
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Esse comportamento também pode estar relacionado ao fato de os felinos não terem sido expostos a diferentes pessoas desde filhotes.
"O medo é um gatilho que, caso não seja estudado ou trabalhado, pode levar o pet a desenvolver grandes problemas de saúde e comportamento, além de gerar frustração ao tutor diante da rotina com o animal", comenta.
A veterinária recomenda nunca forçar a aproximação, pois há maneiras de ajudar um felino medroso ou reativo. "Deixe o gato em seu cantinho seguro e permita que ele o observe de longe. Com o tempo e o silêncio, ele pode até decidir ‘dar o ar da graça’", orienta.
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Ela ressalta que é necessário estudar sobre a espécie, entender sua forma de adaptação e respeitar seu tempo diante dessas situações.
Carolina também destaca que a evolução ao longo do tempo influencia esse comportamento, já que os gatos têm um período de domesticação mais recente do que os cães.
"Os cães foram os primeiros a surgir, há cerca de 20.000 a 40.000 anos, enquanto os gatos começaram a ser domesticados há aproximadamente 10.000 anos", comenta.
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"A espécie felina, quando ainda pouco conhecida, era muitas vezes vista como semelhante a um cão pequeno, tanto na fisiologia quanto no comportamento."
Inclusive, os gatos domésticos veem seus donos de forma muito mais complexa do que se imaginava, criando laços afetivos e demonstrando sinais de carinho à sua maneira.
Um estudo recente do Canisius College, em Buffalo, nos Estados Unidos, indicou que dormir ao lado de um cachorro, por exemplo, pode melhorar a qualidade do sono do seu tutor, enquanto dormir ao lado de um gato reduzir o estresse. Até aqui, ponto positivo para quem ama dormir com seu pet.
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Os gatos tendem a ter o sono mais leve e a serem mais hiperativos, o que os faz acordar mais durante a noite e, assim, atrapalhar o sono dos seus tutores, seja por ficarem "desfilando" na cama ou por acharem que 4 da manhã é hora de brincar com a bolinha ou de escalar o guarda-roupas.