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Pessoas com uma habilidade rara sentem cheiro de barata por causa do DNA

Você já ouviu alguém dizer que consegue "sentir cheiro de barata"? Pois saiba que essa não é uma figura de linguagem exagerada

Isabella Fernandes

Publicado em 28/08/2025 às 08:30

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O segredo está em um gene chamado TAAR5, localizado no cromossomo 6 do DNA humano. / Freepik

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O segredo está em um gene chamado TAAR5, localizado no cromossomo 6 do DNA humano. Ele é responsável por produzir uma proteína especial que funciona como um receptor olfativo, capaz de detectar a trimetilamina (TMA), a substância química liberada pelas baratas.

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A TMA tem um cheiro descrito como extremamente desagradável, parecido com peixe podre ou produtos químicos. As baratas a usam para se comunicar, mas em humanos, esse composto ativa apenas receptores olfativos de quem possui o gene funcional.

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Nem todo mundo sente e há uma razão para isso

Uma mutação nesse gene, que substitui o aminoácido serina por prolina, pode desativar o receptor e impedir que a pessoa sinta o cheiro da TMA. Isso significa que não é uma habilidade universal.

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O padrão de herança do gene TAAR5 é autossômico dominante, ou seja, basta uma cópia funcional para que a pessoa consiga detectar o cheiro. Mas quem herda duas cópias mutadas (homozigoto recessivo) não sente absolutamente nada.

Estudos estimam que cerca de 7% da população mundial tem anosmia específica para TMA, ou seja, são completamente incapazes de identificar esse cheiro característico.

Como é esse cheiro que só alguns detectam?

Descrever o cheiro de barata não é simples. Pessoas que conseguem senti-lo relatam percepções bastante semelhantes:

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  • Odor metálico, oleoso e rançoso
  • Algo parecido com formol ou produtos de laboratório
  • Cheiro forte de peixe estragado

Alguns relatam até conseguir identificar baratas à distância, como um tipo de "radar natural" para o inseto.

Há outros cheiros “genéticos”

Essa variação olfativa não se limita às baratas. Algumas pessoas também conseguem detectar o cheiro de formigas, especialmente quando estão mortas, graças a compostos químicos liberados por elas.

No total, o ser humano tem mais de 400 receptores olfativos, e pequenas diferenças genéticas em cada um deles ajudam a criar experiências sensoriais muito diferentes de pessoa para pessoa.

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A percepção de odores ainda pode ser influenciada por fatores como idade, exposição prévia a certos cheiros e até estado emocional.

Por que isso importa para a ciência?

Estudar os genes ligados ao olfato ajuda a entender melhor como nosso corpo interpreta o mundo à nossa volta, e isso tem aplicações práticas importantes:

  • Pode auxiliar no diagnóstico precoce de doenças neurológicas ligadas à perda do olfato
  • Na indústria alimentícia, permite desenvolver sabores e aromas personalizados

Em produtos de higiene ou repelentes, pode explicar por que funcionam de maneira diferente em cada pessoa.

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