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Pesquisadores fazem descobertas históricas e mudam para sempre a história dos dinossauros

Trilhas fossilizadas de 210 milhões de anos transformam o Parque Nacional do Stelvio no maior sítio do tipo nos Alpes e em um dos mais importantes do mundo

Júlia Morgado

Publicado em 19/12/2025 às 10:40

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Reconstrução artística mostra um grupo de dinossauros herbívoros caminhando sobre uma antiga planície costeira, cenário que ajuda a explicar a formação das milhares de pegadas fossilizadas encontradas hoje no Parque Nacional do Stelvio, no norte da Itália / Elio Della Ferrera/Arquivo PaleoStelvio

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Um dos achados paleontológicos mais impressionantes da Europa veio à tona no Parque Nacional do Stelvio, no norte da Itália. No local, pesquisadores identificaram milhares de pegadas de dinossauros deixadas por grandes herbívoros há cerca de 210 milhões de anos, durante o Triássico Superior.

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Em área de difícil acesso no Parque Nacional do Stelvio, pesquisadores utilizam drones para mapear superfícies rochosas onde estão preservadas as trilhas de dinossauros, em meio à paisagem montanhosa dos Alpes italianos/ Elio Della Ferrera/Arquivo PaleoStelvio
Em área de difícil acesso no Parque Nacional do Stelvio, pesquisadores utilizam drones para mapear superfícies rochosas onde estão preservadas as trilhas de dinossauros, em meio à paisagem montanhosa dos Alpes italianos/ Elio Della Ferrera/Arquivo PaleoStelvio
Paredões de dolomita quase verticais concentram centenas de pegadas fossilizadas, impressas quando a região ainda era uma extensa planície costeira no fim do Triássico, há cerca de 210 milhões de anos/ Elio Della Ferrera/Arquivo PaleoStelvio
Paredões de dolomita quase verticais concentram centenas de pegadas fossilizadas, impressas quando a região ainda era uma extensa planície costeira no fim do Triássico, há cerca de 210 milhões de anos/ Elio Della Ferrera/Arquivo PaleoStelvio
Detalhe de uma das superfícies rochosas cobertas por marcas sucessivas de passos, indicando a passagem repetida de grandes dinossauros herbívoros pelo mesmo local/ Elio Della Ferrera/Arquivo PaleoStelvio
Detalhe de uma das superfícies rochosas cobertas por marcas sucessivas de passos, indicando a passagem repetida de grandes dinossauros herbívoros pelo mesmo local/ Elio Della Ferrera/Arquivo PaleoStelvio
Pegada isolada preservada na rocha dolomítica revela a profundidade e o formato do pé do animal, com marcas bem definidas que resistiram a milhões de anos de erosão/ Elio Della Ferrera/Arquivo PaleoStelvio
Pegada isolada preservada na rocha dolomítica revela a profundidade e o formato do pé do animal, com marcas bem definidas que resistiram a milhões de anos de erosão/ Elio Della Ferrera/Arquivo PaleoStelvio
Vista panorâmica do conjunto das Cime di Plator e Doscopa, onde os afloramentos com pegadas se distribuem ao longo de vários quilômetros, em altitudes que chegam a quase 3 mil metros/ Elio Della Ferrera/Arquivo PaleoStelvio
Vista panorâmica do conjunto das Cime di Plator e Doscopa, onde os afloramentos com pegadas se distribuem ao longo de vários quilômetros, em altitudes que chegam a quase 3 mil metros/ Elio Della Ferrera/Arquivo PaleoStelvio

A área, já chamada de “vale dos dinossauros”, se estende por vários quilômetros e é considerada o maior sítio do tipo nos Alpes e um dos mais relevantes do mundo. Até então desconhecido pela ciência, o conjunto deverá ser estudado por décadas e contará com um esforço conjunto de instituições para garantir sua preservação e valorização.

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A descoberta ocorreu no Vale de Fraele, região montanhosa entre Livigno e Bormio. Em setembro, um fotógrafo naturalista percebeu marcas incomuns em extensas paredes de dolomita quase verticais e identificou trilhas contínuas de dinossauros que chegam a centenas de metros de extensão. As pegadas, surpreendentemente bem conservadas apesar da altitude, revelam impressões nítidas de dedos e garras, formadas quando o local ainda era uma planície costeira sujeita às marés, no fim do Triássico.

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Assim que a descoberta foi confirmada, as informações foram repassadas à Superintendência de Arqueologia, Belas Artes e Paisagem das províncias de Como, Lecco, Sondrio e Varese, órgão responsável pela proteção do patrimônio paleontológico. A administração do Parque Nacional do Stelvio também foi informada, já que a área dos achados está dentro de seus limites. 

Por se tratar de uma região sem acesso por trilhas, as pesquisas dependem do uso de drones e técnicas de sensoriamento remoto. Imagens, vídeos e evidências geo-paleontológicas coletadas pelo Núcleo dos Carabinieri do Parque do Stelvio, em Valdidentro, foram apresentados oficialmente em uma coletiva realizada em 16 de dezembro de 2025.

De acordo com estudos conduzidos pelo Museu de História Natural de Milão, em parceria com o MUSE de Trento e o Departamento de Ciências da Terra “Ardito Desio”, da Universidade de Milão, o sítio figura entre os mais importantes depósitos de pegadas fósseis do período Triássico já identificados no mundo. As pesquisas foram realizadas a pedido da Superintendência e em cooperação com a gestão do parque.

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Análises geológicas indicam que as marcas estão preservadas em rochas dolomíticas do Triássico Superior, datadas de aproximadamente 210 milhões de anos. Embora existam outros sítios com pegadas da mesma idade nos Alpes Orientais e nas Dolomitas, esta é a primeira vez que pegadas de dinossauros são encontradas na Lombardia. Além disso, trata-se do único registro conhecido ao norte da Linha Insubrica, uma das falhas geológicas mais importantes da cadeia alpina.

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