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Pesquisador é demitido por usar ChatGPT, mesmo após 17 anos de experiência no trabalho

A revolução tecnológica que desafia direitos trabalhistas e segurança no emprego

Agência Diário

Publicado em 16/10/2025 às 11:18

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E se caso exemplifica como a inteligência artificial vem mudando as relações de trabalho / Freepik

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Um funcionário foi demitido após 17 anos de carreira. Kevin Contrera foi demitido por usar ChatGPT no trabalho e o episódio levanta questões profundas sobre a integração da inteligência artificial no ambiente profissional.

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Mesmo com mais de 17 anos de experiência, Kevin viu seu percurso interrompido porque recorreu à IA como ferramenta de apoio, uma decisão que sua empresa interpretou como desvio de função ou abandono de responsabilidade humana.

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No começo, o uso de ChatGPT por Kevin visava otimizar rotinas, refinar textos e acelerar pesquisas, com ele mesmo descrevendo a IA como “um colaborador mais”. Com isso, ele pretendia agregar valor às suas entregas e expandir sua produtividade.

Contudo, mais adiante, sua organização decidiu dispensá-lo, junto com outros 12 colaboradores, mantendo apenas uma equipe reduzida responsável por monitorar as tarefas que vinham sendo auxiliadas por IA.

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E aqui uma dica de segurança: uma empresa de tecnologia recomenda a usuários de Android a ativação desta função contra roubos.

Origem e trajetória profissional de Kevin Contrera

Kevin Contrera acumulou mais de 17 anos de trajetória como pesquisador em sua empresa, construindo reputação pela dedicação, conhecimento e resultados consistentes. As informações são do Jornal El Imparcial.

Até o momento do incidente, ele gozava de estabilidade e reconhecimento interno, fatores que tendem a gerar expectativa de segurança laboral para profissionais experientes.

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A longo prazo, esse histórico reforça que sua demissão não decorreu da falta de competência técnica, mas do conflito emergente entre métodos tradicionais de trabalho e adoção de novas ferramentas digitais.

Durante grande parte de sua carreira, Kevin trabalhou seguindo modelos convencionais: coleta de dados, redação manual, revisões humanas e validações hierárquicas.

Em um ambiente onde a rotina é metodicamente regulada, qualquer desvio, mesmo que bem-intencionado, pode ser percebido como ruptura das normas corporativas.

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Por isso, ao introduzir o uso do ChatGPT, ele transgrediu, ainda que silenciosamente, os limites tácitos de autonomia permitidos pela empresa ao longo de décadas.

E mais uma dica: criminosos espalham vírus no chat do WhatsApp Web. Fique atento.

A decisão de incorporar ChatGPT: motivações e práticas

A motivação original de Kevin era funcional: ele utilizava o ChatGPT para agilizar buscas, gerar rascunhos de textos e polir redações, enxergando a IA como um colaborador auxiliar capaz de aliviar tarefas mecânicas.

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Ele explicou ao The Washington Post que não queria substituir-se pela tecnologia, mas integrá-la a seu fluxo de trabalho cotidiano.

Sua lógica era que a IA serviria para remover gargalos e permitir que ele se concentrasse em tarefas de maior valor, como interpretação, crítica, debates e supervisão final. Em teoria, isso reforça o papel humano de julgamento e controle.

Contudo, na prática, aproximar-se demais da automação pode gerar resistência institucional, especialmente em empresas onde a cultura ainda não internalizou os riscos e limites da inteligência artificial.

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O processo de demissão e as justificativas da empresa

Meses depois da adoção do ChatGPT por Kevin, a empresa decidiu por demiti-lo, junto a outros 12 empregados, mantendo apenas um núcleo de supervisores encarregados de monitorar a produção das ferramentas de IA.

A empresa justificou-se alegando necessidade de reestruturação ou adaptação à nova realidade digital, embora tenha comunicado aos funcionários, em algum momento, que “a integração da IA não implicaria demissões”.

Kevin recebeu uma indenização correspondente aos seus 17 anos de serviço, reconhecendo parcialmente seus direitos trabalhistas sob a ótica da legislação vigente.

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Ainda assim, o caso simboliza um dilema: até que ponto um trabalhador pode incorporar novas tecnologias sem sofrer penalizações? E como as empresas devem lidar com profissionais que assumem iniciativas disruptivas sem formalização interna?

Reflexões sobre IA, autoridade e segurança no trabalho

O episódio de Kevin Contrera expõe três tensões centrais no mundo contemporâneo do trabalho.

Primeiro, há o choque entre inovação individual e estruturas organizacionais rígidas, já que nem sempre as empresas estão preparadas para acolher iniciativas bottom-up de integração tecnológica.

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Segundo, a demissão sugere que o uso de IA não garante imunidade, pois empregados que a adotam correm o risco de se tornar dispensáveis se suas capacidades humanas não forem claramente valorizadas.

Finalmente, esse caso ressalta a urgência de definições claras de políticas corporativas e regulamentações laborais que prevejam o uso supervisionado de IA.

Empresas precisam estabelecer limites, diretrizes e mecanismos de transição para que a adoção de automação não se traduza em desamparo para o capital humano.

A experiência de Kevin serve como alerta e convoca empresas, legisladores e trabalhadores a repensarem seus papéis à luz da inteligência artificial.

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