Antes de mais nada, é importante saber que sapo, perereca e rã são animais diferentes / Butantan/Divulgação
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Uma das cantigas mais populares, “O Sapo Não Lava o Pé”, marcou a infância de muitas pessoas. Destacando características do anfíbio de forma lúdica, a canção, apesar de seu caráter folclórico, levanta uma dúvida curiosa: suas estrofes fazem sentido do ponto de vista científico?
De acordo com uma reportagem publicada pelo Portal do Butantan, o pesquisador científico Carlos Jared, especialista em biologia e história natural de anfíbios e répteis, respondeu a essa pergunta.
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Antes de mais nada, é importante saber que sapo, perereca e rã são animais diferentes, e que rã não é a “esposa” do sapo, como diz a brincadeira popular.
Segundo Jared, os sapos têm a pele mais seca e preferem permanecer em ambientes terrestres. Já as rãs, que podem ser machos ou fêmeas, gostam de áreas próximas a lagoas, assim como as pererecas, que vivem em árvores e escalam superfícies graças aos discos adesivos nas pontas dos dedos.
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Embora não bebam água diretamente como os mamíferos, os três precisam de água para sobreviver. Eles a absorvem pela região inguinal (localizada na parte inferior do corpo), seja em forma líquida, da terra ou de galhos úmidos, o que permite a hidratação.
Em áreas urbanas, é comum encontrá-los próximos a poças de água da chuva, banheiros ou até água acumulada atrás da máquina de lavar.
Sapos, rãs e pererecas começam a vida como girinos, após os ovos eclodirem na água. Quando desenvolvem patas, saem da lagoa e passam a explorar o ambiente terrestre.
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Em geral, vivem sozinhos, preferindo áreas abertas com grama curta, e são noturnos, caçando insetos à noite.
Quem realmente “mora na lagoa” são as rãs, pois costumam passar mais tempo na água e ficam sempre próximas de fontes úmidas. Isso garante que sua pele permaneça úmida, viscosa e brilhante.
Com exceção de algumas espécies do gênero Rhinella, conhecidas popularmente como sapos-cururu, a maioria dos sapos não exala mau cheiro ao ser manipulada.
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Essa capacidade de emitir odor desagradável é usada por alguns deles como mecanismo de defesa contra predadores, como serpentes. O cheiro costuma lembrar o dos percevejos-verdes (Nezara viridula), popularmente chamados de "maria-fedida".