Os pesquisadores não sabem quantas espécies dessa água-viva podem estar no mar / Imagem gerada por IA
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Uma descoberta recente deixou cientistas em alerta: pesquisadores identificaram uma nova espécie de água-viva dotada de 24 olhos, um número incomum até mesmo entre as chamadas medusas cuboides, conhecidas por sua aparência translúcida e potencial venenoso.
Batizada de Tripedalia maipoensis, a espécie foi encontrada em um viveiro de camarões na região de Mai Po, em Hong Kong, e já está sendo classificada como uma das mais curiosas — e possivelmente perigosas — do mundo marinho.
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Com pouco mais de 1,5 centímetro de diâmetro e corpo completamente transparente, a nova água-viva pode parecer inofensiva, mas carrega características que chamaram a atenção dos especialistas. Seus 24 olhos estão dispostos em quatro grupos de seis, sendo dois deles com lentes capazes de formar imagens nítidas e quatro que apenas percebem luz e movimento. Essa capacidade visual acima da média ajuda o animal a detectar presas e evitar obstáculos com precisão — algo raro em organismos desse tipo.
Segundo os cientistas responsáveis pela descoberta, o comportamento da Tripedalia maipoensis é o mesmo de outras águas-vivas cuboides altamente venenosas, como a temida Chironex fleckeri, conhecida por causar acidentes fatais em humanos na Austrália. Todavia, ao que os primeiros estudos indicam, as toxinas liberadas pela Tripedalia seriam muito mais potentes, rápidos e letais.
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Por enquanto, a espécie foi registrada apenas na região de Hong Kong, mas especialistas alertam que ela pode se adaptar a outras áreas tropicais e subtropicais. “Essas águas-vivas são rápidas, caçam ativamente e possuem um sistema sensorial muito desenvolvido. O problema é que elas costumam ser quase invisíveis na água”, relatou um dos autores do estudo publicado na revista Zoological Studies.
Para os pesquisadores, o achado reforça a importância de campanhas de conscientização em regiões costeiras, especialmente onde há histórico de aparição de medusas venenosas. Mesmo espécies pequenas podem causar queimaduras severas, reações alérgicas e, em casos extremos, parada cardíaca.
A descoberta mostra como o oceano ainda guarda espécies pouco conhecidas e, ao mesmo tempo, potencialmente perigosas. Especialistas destacam que o aquecimento global e as mudanças nas correntes marítimas estão favorecendo o aparecimento de águas-vivas em novas áreas — o que pode aumentar o risco de encontros indesejados.
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*Com informações da Live Science, IFL Science, Fox 13 Seattle, Kids News Australia e Zoological Studies