Para tentar reverter esse quadro, investigadores montaram um programa de reprodução / Reprodução MSN/Reuters
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Nas áreas mais remotas dos pântanos de Zapata, uma imensa rede de lagoas escondida no interior de Cuba, um grupo de especialistas tenta impedir que o manjuari, conhecido também como peixe-agulha cubano, desapareça para sempre.
A situação do animal tornou-se alarmante. Desde 2020, ele aparece na lista da IUCN como “criticamente ameaçada”, o nível máximo antes da extinção em estado selvagem.
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Para muitos dos cientistas envolvidos, o peixe é muito mais do que um simples sobrevivente do ecossistema local.
O biólogo do parque Andrés Hurtado o descreve com admiração: “É uma joia entre os peixes cubanos”. Em seguida, reforça o valor histórico da espécie: “São uma relíquia biológica que vive há 140 ou 150 milhões de anos e só agora está em risco crítico de extinção”.
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Ele ainda sintetiza os motivos que levaram o animal ao limite: “O manjuari é uma espécie endémica de Cuba. (...) Atualmente, está em perigo crítico de extinção, devido a inúmeras causas. É uma combinação de problemas que levou a uma diminuição significativa da sua população. Digamos, como a introdução de espécies, as alterações climáticas, a alteração do habitat, a pesca ilegal em alguns casos - em suma, estas são causas que levaram a uma diminuição significativa da população."
Entre todos esses fatores, um se destaca: o peixe-gato africano, que chegou ao pântano no fim dos anos 1990 e rapidamente dominou o ambiente, desestabilizando toda a cadeia ecológica. Desde então, o manjuari luta para manter números mínimos de sobrevivência.
Para tentar reverter esse quadro, investigadores montaram um programa de reprodução que funciona quase como um hospital zoológico. Animais coletados na natureza passam por isolamento, avaliações corporais e acompanhamento constante.
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A própria equipa descreve o protocolo: “Estas são espécies que vêm da natureza e são mantidas aqui. São colocados em quarentena e mantidas aqui no centro para serem incorporadas no plantel reprodutor. Fazemos medições como comprimento total e peso para determinar o fator de condição, ou seja, para ver a condição física do animal, ver quanta comida pode ser dada e, dessa forma, monitorizar como o peixe está a evoluir e ver no próximo ano, na fase de reprodução, pode ser solta na natureza”.
No entanto, confirmar se o plano está a funcionar é um desafio. Os exemplares jovens são minúsculos, extremamente discretos e difíceis de encontrar nas lagoas. Ainda assim, os investigadores acreditam que o esforço começa a dar frutos, embora os sinais sejam sutis.
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