Com mais de 6 mil metros quadrados de revestimento em mármore, a Galeria Prestes Maia guarda esculturas de nomes consagrados / Reprodução/YouTube
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À primeira vista, parece a entrada de uma estação de metrô soviética, com colunas imponentes e mármore por todos os lados. Mas quem desce as escadas da Galeria Prestes Maia descobre um dos espaços mais elegantes, e surpreendentes, do subsolo paulistano.
Inaugurada em 1940, ela foi criada para ligar o Vale do Anhangabaú à Praça do Patriarca. Só que a proposta ultrapassou a simples função de passagem: virou um ponto de encontro entre arte, arquitetura e história.
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Com mais de 6 mil metros quadrados de revestimento em mármore, a Galeria Prestes Maia guarda esculturas de nomes consagrados, como Victor Brecheret. Em seus três andares, o visitante encontra detalhes que fazem do local um verdadeiro museu subterrâneo.
Durante anos, esse cenário de luxo ficou entregue ao abandono. Somente em 2024, após uma ampla restauração, o espaço renasceu e voltou a receber o público, transformando-se novamente em um dos segredos mais interessantes do centro de São Paulo.
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Nos primeiros anos, a galeria foi um símbolo da efervescência cultural paulistana. Sua arquitetura art déco e o acabamento sofisticado atraíam artistas e intelectuais.
A inauguração teve presença de figuras importantes, como Getúlio Vargas e a modernista Anita Malfatti.
Com o tempo, o brilho se apagou. A partir da década de 1970, a decadência do centro histórico refletiu também na galeria, que passou a abrigar órgãos públicos e, depois, um centro de acolhimento para pessoas com AIDS, ambos encerrados nos anos 1990.
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Entre 2000 e 2008, uma parceria com o Masp trouxe um novo respiro. O espaço foi batizado de “Masp-Centro” e recebeu exposições, mostras e até desfiles do São Paulo Fashion Week.
Mas, após o fim da colaboração, a galeria voltou a ficar sem uso fixo, alternando períodos de reabertura e abandono.
Hoje, com o Vale do Anhangabaú revitalizado, a Galeria Prestes Maia voltou a chamar atenção. O local passou a contar com segurança da Guarda Civil Metropolitana e se tornou novamente um ponto de curiosidade entre os que exploram o centro.
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Além da arquitetura, há tesouros artísticos para observar: as esculturas “Graça I” e “Graça II”, de Brecheret, e uma réplica em bronze de “Moisés”, de Michelangelo, feita pelo Liceu de Artes e Ofícios.
Mesmo sem programação permanente, o espaço recebe eventos e exposições pontuais. Mas basta caminhar por seus corredores para entender o encanto do lugar, um pedaço de história que sobreviveu sob o asfalto e ainda guarda a alma artística de São Paulo.