Diário Mais
Esses ovos pertencem a uma espécie de caracol e podem causar grandes danos aos ecossistemas, além de transmitir doenças graves aos seres humanos
Esses ovos pertencem ao caracol-maçã, uma espécie de molusco / Reprodução/YouTube
Continua depois da publicidade
Encontrar pequenos ovos gelatinosos e de tom rosa vibrante no jardim ou em áreas úmidas pode até parecer curioso e até mesmo “fofinho”. No entanto, esse é um sinal de alerta. Eles parecem inofensivos, mas representam uma ameaça real tanto para o meio ambiente quanto para a saúde humana.
Esses ovos pertencem ao caracol-maçã, uma espécie de molusco que, ao eclodir, são capazes de causar grandes danos aos ecossistemas e transmitir doenças graves aos seres humanos.
Continua depois da publicidade
A situação se agrava porque o animal não possui predadores naturais, o que favorece sua rápida proliferação. Além dos ovos, a presença de espuma branca nas plantas pode indicar a ação de uma praga perigosa.
E sobre o tema desta reportagem, conheça a diferença entre a lesma, o caramujo e o caracol.
Continua depois da publicidade
Conhecido cientificamente como Pomacea canaliculata, o caracol-maçã é originário da América do Sul, mas já se espalhou por diferentes regiões do mundo, inclusive na Europa.
Sua capacidade de adaptação e reprodução acelerada preocupa autoridades ambientais e exige atenção imediata.
Esse molusco aquático tem um comportamento peculiar: ele respira fora d’água para depositar seus ovos, geralmente em locais úmidos e próximos a corpos d’água.
Continua depois da publicidade
Apesar de pequeno, é extremamente voraz. Alimenta-se de plantas marinhas e pode devastar plantações inteiras — especialmente as de arroz —, causando prejuízos significativos à agricultura.
Sua dieta é bastante variada e inclui restos vegetais e até resíduos de origem animal. Sem inimigos naturais, o caracol-maçã provoca profundos desequilíbrios ecológicos, alterando cadeias alimentares e comprometendo a biodiversidade local.
Mais do que uma ameaça ambiental, o caracol-maçã também representa um risco à saúde pública. Ele é hospedeiro do Angiostrongylus cantonensis, um parasita capaz de infectar seres humanos.
Continua depois da publicidade
O contágio pode ocorrer pelo contato direto com o animal ou pela ingestão de vegetais contaminados.
Depois de entrar no organismo, a larva migra para o cérebro, onde pode causar meningite eosinofílica, uma condição grave. Os sintomas incluem fortes dores de cabeça e perda de funções motoras.
Em casos mais severos, o verme pode chegar até os olhos, provocando complicações sérias e, em algumas situações, levando à morte. Por isso, medidas de higiene e prevenção são fundamentais.
Continua depois da publicidade
Os ovos do caracol-maçã são fáceis de reconhecer: possuem coloração rosa intensa e textura gelatinosa. Costumam aparecer em locais úmidos, próximos à água ou sobre plantas de baixa estatura. Cerca de 40 dias após a postura, ocorre a eclosão das larvas.
As autoridades ambientais alertam que jamais se deve tocar nos ovos ou nos caramujos sem proteção. A recomendação é eliminá-los com segurança, esmagando ou congelando as massas, sempre com o uso de luvas e pinças. Também é indispensável lavar bem verduras e legumes antes do consumo.
Os ovos contêm toxinas que podem causar irritações severas na pele, portanto o manuseio direto é totalmente contraindicado. A precaução é essencial para evitar contaminações e proteger a saúde.
Continua depois da publicidade
Quem encontrar esses ovos cor-de-rosa deve notificar o IBAMA o quanto antes. O contato pode ser feito pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone da ouvidoria: 0800 618080.
O órgão ambiental dispõe de equipes capacitadas para conter a proliferação dessa praga e reduzir os riscos de contaminação. A colaboração da população é decisiva para proteger o meio ambiente e preservar a saúde pública.