A agência espacial transforma imagens em paisagens sonoras cósmicas / NASA/CXC/Stanford/R. Romani/SAO/J. Schmidt
Continua depois da publicidade
A NASA está redefinindo a experiência de explorar o cosmos, expandindo-a para além do que os olhos podem ver. Apesar do som não poder se propagar no vácuo do universo, a agência espacial encontrou uma solução engenhosa: traduzir dados complexos do espaço em sons que são perfeitamente audíveis para nós.
Historicamente, a NASA era celebrada por suas imagens que nos permitiam vislumbrar a beleza do espaço. Com um olhar voltado para a acessibilidade e inclusão, a agência decidiu transformar essas imagens visuais em experiências auditivas, tornando o universo acessível, inclusive, à comunidade cega.
Continua depois da publicidade
Essa metodologia pioneira não apenas democratiza a apreciação do universo, mas também oferece uma compreensão mais profunda de seus fenômenos. Ao converter informações astronômicas em sons, a NASA abre um novo canal sensorial, permitindo que a complexidade e a beleza do cosmos sejam percebidas de uma maneira inovadora e envolvente.
Veja também uma prática que a Nasa comprova: 10 minutos desse exercício valem por 30 de corrida.
Continua depois da publicidade
Entre as notáveis traduções sonoras da NASA, destaca-se a da “mão de Deus” cósmica, ou MSH 11-52. Esta impressionante nuvem de partículas energizadas, que viralizou em 2023 por sua beleza visual, foi transformada em som no ano seguinte. Para criar essa experiência auditiva, a NASA combinou e interpretou dados de três fontes distintas.
A sonificação da “mão de Deus” incorporou dados do Observatório de raios-X Chandra, resultando em sons de cordas. O telescópio IXPE também contribuiu, fornecendo sons de vento, enquanto instrumentos astronômicos terrestres adicionaram sons de sintetizador à composição. Assim, a agência oferece uma percepção multidimensional desse fenômeno.
Já ouviu falar no 'Celular de Deus'? Conheça o astrolábio, o 'smartphone' criado séculos antes de Cristo.
Continua depois da publicidade
A NASA também proporcionou uma experiência sonora da galáxia espiral M74. Suas informações foram reunidas de diversos telescópios para compor uma rica paisagem sonora. O Observatório de raios-X Chandra gerou sons etéreos vítreos e sons claros, ambos percebidos como relativamente altos.
Os dados do telescópio James Webb revelaram faixas de frequências baixas, médias e altas da M74, e as estrelas mais brilhantes foram audíveis como sons percussivos. Adicionalmente, o Telescópio Hubble produziu sons de sintetizador, e suas estrelas e aglomerados brilhantes foram representados por sons metálicos finos dedilhados. A galáxia, portanto, revela sua própria "música".
Outro objeto que agora podemos “ouvir” é a “nebulosa água-viva”, uma supernova designada como IC 443. O processo de sonificação dessa nebulosa empregou uma combinação de dados, resultando em uma intrigante paleta de tons. O Observatório de raios-X Chandra e a missão alemã ROSAT juntos contribuíram com tons mais elevados.
Continua depois da publicidade
Dados de rádio do Observatório Very Large Array adicionaram tons médios à interpretação sonora da nebulosa. Por fim, informações ópticas do Digitized Sky Survey geraram tons mais baixos, e as estrelas individuais foram percebidas como gotas d'água. A NASA, com essas inovações, continua a expandir a forma como interagimos com o universo.