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O segredo por trás do avião mais impressionante da história criado durante a Guerra Fria

Criado em plena Guerra Fria, ele voava três vezes acima da velocidade do som, escapava de mísseis e até hoje mantém recordes nunca quebrados

Júlia Morgado

Publicado em 28/10/2025 às 13:10

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Com design futurista e pintura preta característica, o SR-71 Blackbird podia voar a mais de 3.500 km/h e a 25 mil metros de altitude um feito inigualável na história da aviação / NASA/Flickr

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Desde os pioneiros do voo como SantosDumont e o 14-bis até os jatos modernos, a história da aviação sempre foi movida pela busca de deslocamento mais rápido. Engenheiros ao redor do mundo dedicaram-se a projetar aeronaves capazes de romper limites antes considerados inimagináveis.

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Entre todos os feitos da engenharia aeronáutica, há um que se destaca pela rapidez: uma aeronave que atinge velocidades acima de 3.500 km/h, desafiando a física e os materiais conhecidos.

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Seu desenvolvimento não representa apenas um avanço tecnológico sem precedentes, mas também traduz o desejo humano de conquistar a velocidade, consolidando-a como um ícone único na história da aviação.

Esse avião mais rápido do mundo é o Lockheed SR-71 Blackbird, uma aeronave de reconhecimento estratégica norte-americana, projetada para missões de alta velocidade e grande altitude durante a Guerra Fria. 

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Veja imagens da aeronave:

Utilizado para reduzir a velocidade após pousos em alta velocidade, o paraquedas era essencial para controlar a desaceleração do jato supersônico/ NASA/Flickr
Utilizado para reduzir a velocidade após pousos em alta velocidade, o paraquedas era essencial para controlar a desaceleração do jato supersônico/ NASA/Flickr
Durante os anos 1990, o SR-71 foi usado em testes de alta velocidade pela NASA, servindo de base para novas pesquisas em aerodinâmica e propulsão hipersônica/ NASA/Flickr
Durante os anos 1990, o SR-71 foi usado em testes de alta velocidade pela NASA, servindo de base para novas pesquisas em aerodinâmica e propulsão hipersônica/ NASA/Flickr
Após sua aposentadoria, várias unidades foram preservadas em museus dos Estados Unidos como símbolos de engenharia e poder tecnológico/ Judson McCranie/Wikimedia Commons
Após sua aposentadoria, várias unidades foram preservadas em museus dos Estados Unidos como símbolos de engenharia e poder tecnológico/ Judson McCranie/Wikimedia Commons
Os tripulantes usavam trajes pressurizados semelhantes aos de astronautas, devido às altitudes extremas e às condições próximas ao espaço/ NASA/Jim Ross
Os tripulantes usavam trajes pressurizados semelhantes aos de astronautas, devido às altitudes extremas e às condições próximas ao espaço/ NASA/Jim Ross
Coração do Blackbird, o motor era capaz de operar continuamente acima de Mach 3, suportando temperaturas superiores a 300 °C e impulsionando o avião a mais de 3.500 km/h/ Daderot/Wikimedia Commons
Coração do Blackbird, o motor era capaz de operar continuamente acima de Mach 3, suportando temperaturas superiores a 300 °C e impulsionando o avião a mais de 3.500 km/h/ Daderot/Wikimedia Commons

Você sabia que o maior centro de manutenção de aviões da América do Sul fica em uma cidade do interior de SP?

Design e características marcantes

O SR-71 é uma aeronave hipersônica de aparência futurista, marcada pela fuselagem longa e estreita, asas em formato de delta e a cor preta reluzente — característica que lhe conferiu o lendário apelido “Blackbird”. 

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Foi projetado para voar a velocidades superiores a Mach 3 — isto é, mais de três vezes a velocidade do som — e a altitudes muito elevadas, onde aeronaves convencionais não conseguem operar. 

A construção da aeronave utilizou ligas especiais de titânio para suportar o calor extremo gerado pelo atrito com o ar em velocidades tão elevadas. Aproximadamente 85% da estrutura era de titânio. 

Os motores eram os potentes Pratt & Whitney J58 (e sistemas auxiliares) que permitiram sustentar o trajeto a mais de Mach 3. 

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Você sabe por que você não consegue ver as estrelas no céu quando está viajando de avião? 

Em 28 de julho de 1976, um SR-71 estabeleceu o recorde absoluto de velocidade para aeronaves com motor a jato (air-breathing) pilotadas, com cerca de 3.529,6 km/h e altitude de aproximadamente 25.929 metros. 

O canal 'Aero Por Trás da Aviação', fala mais desse marco da aviação: 

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Seu design combina velocidade, sigilo e capacidade de reconhecimento: ele podia escapar de mísseis e radares inimigos não apenas pela rapidez, mas também por seu tratamento de baixa assinatura de radar — forma deliberada para reduzir sua visibilidade eletrônica. 

A cabine era tripulada por duas pessoas, um piloto e um oficial de sistemas de reconhecimento (RSO), responsáveis por navegação, sensores e câmeras de imagem. 

Veja também: o que ninguém te conta sobre o destino do xixi e do cocô nos aviões.

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Mais do que um avião, o SR-71 não foi apenas uma maravilha da engenharia, mas também um símbolo da supremacia tecnológica dos Estados Unidos durante a Guerra Fria. Ele mostrou que era possível voar mais rápido, mais alto e quase intocável. Seu legado inspira aeronaves e pesquisas até hoje como o projeto ainda em conceituação Lockheed SR72.

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