O segredo da juventude eterna pode estar mais próximo do que esperávamos / Divulgação/Proyeto Agua/Flickr
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O conceito de imortalidade é quase filosófico dentro da cultura ocidental: uma tentativa de escapar da única experiência inevitável a todos os seres vivos — a morte. No entanto, duas espécies se destacam por não apenas desafiar esse destino, mas também por ampliar o que sabemos sobre a própria vida.
A Hydra vulgaris, um pequeno invertebrado de águas doces e limpas, e a Turritopsis dohrnii, uma água-viva originária do Mediterrâneo, conseguiram driblar o envelhecimento e parecem ter encontrado o “elixir da vida”. Isso porque ambas evitam a senescência — processo biológico em que as células perdem gradualmente a capacidade de se dividir e se renovar.
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“Em resumo, significa que, se esses animais não forem predados ou atingidos por catástrofes ambientais, podem viver por um período indefinido, caracterizando o que a ciência chama de imortalidade biológica”, explica Mônica Lopes-Ferreira, pesquisadora científica do Laboratório de Toxinologia Aplicada do Instituto Butantan (LETA).
A Hydra vulgaris consegue renovar todas as suas células a cada 20 dias — inclusive as células-tronco, cuja função principal é regenerar e substituir tecidos lesionados ou perdidos.
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Graças a esse ciclo constante de renovação, as células da Hydra permanecem sempre em estágio inicial de desenvolvimento, prontas para se transformar em qualquer outro tipo celular.
Nos humanos, por outro lado, células-tronco existem apenas em algumas regiões específicas (como o sangue do cordão umbilical, a medula óssea, o cérebro e a pele) e, com o envelhecimento, perdem plasticidade, tornando-se cada vez mais restritas às suas funções originais.
Veja mais sobre o envelhecimento humano.
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Já a Turritopsis dohrnii, conhecida como a “água-viva imortal” ou “viajante do tempo”, possui um ciclo de vida único. Diante de condições ambientais adversas, lesões ou envelhecimento, consegue regredir ao estágio de pólipo, como se “renascesse”.
Essa capacidade de rejuvenescimento biológico ainda intriga os cientistas, que buscam compreender os mecanismos moleculares e genéticos por trás desse processo.
A partir desses exemplos da biologia, a medicina moderna investiga formas de reparar danos celulares causados pelo envelhecimento, abrindo novas possibilidades para a ciência.
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“Acredito que as particularidades dessas espécies possam culminar no desenvolvimento de novos fármacos, mas ainda é algo que vai levar bastante tempo”, ressalta a pesquisadora Mônica Lopes-Ferreira.
Além da perspectiva de terapias para retardar o envelhecimento ou tratar lesões, o estudo da Hydra vulgaris e da Turritopsis dohrnii pode contribuir para novas abordagens no combate a doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson, e no uso de células-tronco contra o câncer.
O canal Evolução Vida produziu um material falando sobre os segredos da imortalidade no reino animal, quer saber mais? Confira no vídeo:
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