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O que significa se você precisa dormir muito, segundo a psicologia?

Aqueles que precisam de mais tempo de descanso podem, na verdade, esconder um diferencial impressionante

Fábio Rocha

Publicado em 05/06/2025 às 11:36

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A ciência está, pouco a pouco, desmontando preconceitos seculares sobre os chamados "dorminhocos" / Freepik

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Em uma sociedade que frequentemente associa produtividade à privação de sono, dormir muitas horas por noite ainda é visto, por muitos, como um sinal de preguiça ou falta de ambição. 

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No entanto, a ciência do sono e os avanços em áreas como neurobiologia e cronobiologia estão mudando radicalmente essa percepção. 

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Aqueles que precisam de mais tempo de descanso podem, na verdade, esconder um diferencial impressionante: um cérebro com funcionamento mais complexo.

Estudos recentes na neurociência cognitiva revelam que pessoas que dormem mais frequentemente apresentam uma arquitetura mental mais sofisticada. Isso quer dizer que o cérebro delas pode estar processando informações em um nível mais profundo e exigente. 

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A ciência está, pouco a pouco, desmontando preconceitos seculares sobre os chamados “dorminhocos”.

Estudos importantes

Pesquisas apontam que a necessidade de dormir por períodos mais longos pode, inclusive, representar uma vantagem evolutiva. 

Isso porque o cérebro, durante o sono, especialmente nas fases REM e NREM, realiza uma série de tarefas fundamentais: consolidação da memória, reorganização de informações, eliminação de toxinas neurais e resolução de problemas complexos. 

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Um cérebro que precisa de mais tempo para esses processos pode estar trabalhando em um ritmo cognitivo superior.

Grandes exemplos

Dois grandes exemplos históricos ajudam a reforçar essa teoria. Albert Einstein, considerado um dos maiores gênios da humanidade, dormia cerca de dez horas por noite e fazia cochilos todos os dias. 

Charles Darwin, outro nome revolucionário da ciência, acordava tarde e fazia pausas regulares para descansar à tarde. À primeira vista, poderiam ser classificados como preguiçosos, mas suas mentes estavam sempre em intensa atividade.

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A cronobiologia, área que estuda os ritmos biológicos, já demonstrou que não existe uma quantidade fixa de horas de sono que funcione para todas as pessoas. 

Há indivíduos geneticamente programados para funcionar bem com apenas seis horas de sono. Por outro lado, muitos precisam de oito, nove ou até mais horas para atingir seu desempenho máximo.

Pessoas que respeitam sua necessidade natural de sono geralmente se destacam em áreas cruciais como criatividade, memória, produtividade e resolução de problemas. 

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Elas não apenas acordam mais lúcidas, como mantêm um alto nível de energia ao longo do dia, muitas vezes sem recorrer a estimulantes como café.

Sono adequado

A cultura do “quanto menos dormir, melhor” pode, portanto, estar nos afastando de nosso verdadeiro potencial. O sono adequado, em vez de ser um luxo, deve ser entendido como uma ferramenta essencial para o bom funcionamento mental e físico. 

Dormir bem não é sinal de fraqueza, é, ao contrário, uma escolha inteligente e alinhada com as descobertas mais recentes da psicologia.

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Quer saber se você está dormindo de forma inteligente? 

Alguns sinais incluem acordar mentalmente claro após nove ou mais horas de sono, perceber um aumento na criatividade e produtividade, resolver problemas com mais facilidade após uma boa noite de descanso, ter uma memória mais afiada e manter a energia estável ao longo do dia.

Portanto, se você precisa dormir mais do que os outros, não se culpe. Pode ser que seu cérebro esteja operando em um nível de excelência. E, nesse caso, o maior erro seria ignorar as horas preciosas que ele precisa para continuar brilhando.

Descanso de tarde

A qualidade do seu sono noturno tem um impacto profundo na sua saúde geral, especialmente na saúde cardiovascular. O cardiologista espanhol José Abellán destaca que dormir mal não é apenas um incômodo, mas um fator de risco silencioso e significativo para diversas doenças crônicas.

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Em entrevista ao portal La Opinión, Dr. Abellán enfatiza: "Para descansar melhor à noite, não se deite, nem se recoste durante o dia". Ele explica que essa postura, mesmo que por um breve período, altera os ciclos naturais de sono.

Isso confunde o corpo sobre quando é o momento certo para o descanso principal e afeta o ritmo circadiano.

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