A primeira jazida brasileira foi descoberta em 1886, na praia de Cumuruxatiba, na Bahia / Divulgação
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Presentes em objetos do dia a dia como celulares, carros elétricos e turbinas eólicas, as chamadas terras raras são fundamentais para o avanço tecnológico e a transição energética. Apesar do nome, esses elementos químicos não são exatamente escassos, mas sua extração exige processos complexos e cuidadosos.
As terras raras formam um grupo de 17 elementos encontrados na crosta terrestre e são valorizadas por suas propriedades magnéticas.
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No Brasil, elas estão presentes principalmente nas areias monazíticas do litoral e em regiões próximas a vulcões extintos, como Araxá e Poços de Caldas, em Minas Gerais, Catalão, em Goiás, e Pitinga, no Amazonas.
A primeira jazida brasileira foi descoberta em 1886, na praia de Cumuruxatiba, na Bahia. Já em 1915, o país liderava o fornecimento global de monazita, mineral que contém terras raras e era utilizado na produção de mantas incandescentes para lampiões a gás.
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Hoje, esses elementos são considerados estratégicos por sua aplicação em tecnologias sustentáveis. Segundo o Ministério de Minas e Energia, o Brasil possui a terceira maior reserva de terras raras do mundo, atrás apenas da China e do Vietnã.
Com a adoção de novas tecnologias, o país tem potencial para aumentar sua produção de forma mais eficiente e com menos impacto ambiental.
Um novo sistema de coleta passiva está sendo testado na Bahia para identificar a presença de terras raras de forma mais sustentável.
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Desenvolvido por uma mineradora em parceria com o SENAI CIMATEC, o protótipo utiliza geogases vapores que saem naturalmente do solo para localizar os elementos, substituindo parcialmente as sondagens tradicionais, que costumam ser mais caras e prejudiciais ao meio ambiente.
O projeto foi instalado na Fazenda Tabuleiro, em Novo Horizonte, na Bahia, e permite a análise de áreas maiores com mais eficiência.
Os protótipos, impressos em 3D, foram testados em diferentes períodos e as amostras passaram por exames com microscopia eletrônica, que confirmaram a presença de terras raras e outros metais valiosos, como cobre e tântalo.
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A equipe responsável agora busca aprimorar o desempenho dos coletores, ampliar os testes em diferentes épocas do ano e comparar os resultados com dados de sondagens já realizadas.
A expectativa é que a nova tecnologia torne o processo de descoberta de terras raras mais acessível, ágil e sustentável reforçando o papel do Brasil nesse mercado promissor.