Diário Mais

O que são as cápsulas esféricas que prometem limpar o espaço e reduzir o lixo orbital

A proposta desenvolvida pela TransAstra se baseia em um princípio simples: criar grandes sacos espaciais capazes de capturar múltiplos objetos

Agência Diário

Publicado em 28/08/2025 às 15:50

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Essa solução pode reduzir custos de operação espaciais / Imagem gerada por IA

Continua depois da publicidade

Cápsulas esféricas são o recurso que a NASA está apoiando como uma alternativa acessível e eficiente para enfrentar a poluição que cresce ao redor do planeta. Esse tipo de detrito, formado por restos de satélites, foguetes desativados e fragmentos de colisões, representa um risco para a operação de equipamentos em órbita.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

A proposta desenvolvida pela TransAstra se baseia em um princípio simples, mas altamente promissor: criar grandes sacos espaciais capazes de capturar múltiplos objetos em uma única missão.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Cientistas revelam que a Terra está 'fora do espaço operacional seguro para humanidade'

• Pesquisa liderada por brasileiros faz alerta para ameaça espacial que pode colapsar Terra

• Descubra os nomes inspirados no espaço sideral que são mais escolhidos

O sistema pretende superar dificuldades que há décadas desafiam engenheiros espaciais. Em vez de depender de operações de acoplamento arriscadas, a cápsula apenas se abre ao redor dos detritos e se fecha, como uma rede de captura.

A ideia é que, ao multiplicar esse processo em diferentes escalas e tamanhos de cápsulas, seja possível lidar com objetos variados e tornar a órbita mais limpa e segura.

Continua depois da publicidade

E ainda sobre o tema desta reportagem, descubra quantos humanos já visitaram o espaço.

Uma tecnologia que elimina complexidades

Joel Sercel, responsável pela TransAstra, destaca que o maior benefício do sistema é eliminar a necessidade de pontos de fixação ou superfícies específicas nos detritos.

Isso é relevante porque grande parte do lixo espacial não foi projetada para ser manipulada novamente, tornando métodos convencionais de captura limitados e perigosos.

Continua depois da publicidade

Ao remover essa exigência, as cápsulas passam a ser ferramentas universais, capazes de recolher desde pequenos fragmentos até estruturas maiores. Essa versatilidade é valiosa, já que cada missão pode se adaptar ao tipo de poluição encontrada, ampliando a eficiência sem aumentar custos desnecessários.

O desafio dos objetos em rotação

Um dos maiores obstáculos da limpeza espacial é que muitos detritos não estão parados. Satélites desativados e fragmentos podem estar girando em alta velocidade, o que dificulta qualquer aproximação.

Nesse cenário, a cápsula da TransAstra precisa sincronizar seu movimento com o do objeto, acompanhando a rotação para conseguir envolvê-lo com segurança.

Continua depois da publicidade

Esse processo exige sensores avançados e controles automáticos sofisticados, que garantam a estabilidade do sistema.

Embora seja um desafio, os engenheiros acreditam que é tecnicamente possível, e que a tecnologia de navegação já disponível pode ser adaptada para atender a essa necessidade.

Estação de reciclagem como parte da solução

A proposta ganha ainda mais sentido quando combinada com a estação orbital que a ThinkOrbital pretende construir.

Continua depois da publicidade

Essa plataforma, de grandes dimensões, funcionaria como uma oficina no espaço, dedicada a analisar, reparar e reciclar o material recolhido. Em vez de tratar os resíduos como sucata, a estação os transformaria em recursos reaproveitáveis para futuras missões.

Esse tipo de estrutura é fundamental porque cria um ciclo sustentável de utilização de materiais.

Em vez de gastar bilhões de dólares com o envio de novos componentes da Terra, seria possível aproveitar o que já está em órbita, reduzindo custos e diminuindo impactos ambientais.

Continua depois da publicidade

O maior benefício do sistema é eliminar a necessidade de pontos de fixação ou superfícies específicas nos detritos / Fotos: Divulgação
O maior benefício do sistema é eliminar a necessidade de pontos de fixação ou superfícies específicas nos detritos / Fotos: Divulgação
Isso é relevante porque grande parte do lixo espacial não foi projetada para ser manipulada novamente
Isso é relevante porque grande parte do lixo espacial não foi projetada para ser manipulada novamente
Ao remover essa exigência, as cápsulas passam a ser ferramentas universais, capazes de recolher desde pequenos fragmentos até estruturas maiores
Ao remover essa exigência, as cápsulas passam a ser ferramentas universais, capazes de recolher desde pequenos fragmentos até estruturas maiores

Benefícios econômicos e operacionais

Os cálculos apresentados pela TransAstra e pela ThinkOrbital mostram que o uso das cápsulas é até seis vezes mais barato do que trazer os detritos de volta à Terra.

Além disso, o consumo de combustível cairia em cerca de 82%, e o tempo necessário para cada operação seria reduzido em 40%. Esses números reforçam a ideia de que o sistema não é apenas viável, mas também altamente vantajoso.

No futuro, esse modelo pode permitir missões contínuas de coleta, criando um ciclo permanente de limpeza da órbita.

Continua depois da publicidade

Assim, a ideia de cápsulas esféricas deixa de ser apenas uma solução emergencial e se transforma em uma estratégia de longo prazo para garantir a sustentabilidade do espaço.

TAGS :

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software