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A proposta desenvolvida pela TransAstra se baseia em um princípio simples: criar grandes sacos espaciais capazes de capturar múltiplos objetos
Essa solução pode reduzir custos de operação espaciais / Imagem gerada por IA
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Cápsulas esféricas são o recurso que a NASA está apoiando como uma alternativa acessível e eficiente para enfrentar a poluição que cresce ao redor do planeta. Esse tipo de detrito, formado por restos de satélites, foguetes desativados e fragmentos de colisões, representa um risco para a operação de equipamentos em órbita.
A proposta desenvolvida pela TransAstra se baseia em um princípio simples, mas altamente promissor: criar grandes sacos espaciais capazes de capturar múltiplos objetos em uma única missão.
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O sistema pretende superar dificuldades que há décadas desafiam engenheiros espaciais. Em vez de depender de operações de acoplamento arriscadas, a cápsula apenas se abre ao redor dos detritos e se fecha, como uma rede de captura.
A ideia é que, ao multiplicar esse processo em diferentes escalas e tamanhos de cápsulas, seja possível lidar com objetos variados e tornar a órbita mais limpa e segura.
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E ainda sobre o tema desta reportagem, descubra quantos humanos já visitaram o espaço.
Joel Sercel, responsável pela TransAstra, destaca que o maior benefício do sistema é eliminar a necessidade de pontos de fixação ou superfícies específicas nos detritos.
Isso é relevante porque grande parte do lixo espacial não foi projetada para ser manipulada novamente, tornando métodos convencionais de captura limitados e perigosos.
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Ao remover essa exigência, as cápsulas passam a ser ferramentas universais, capazes de recolher desde pequenos fragmentos até estruturas maiores. Essa versatilidade é valiosa, já que cada missão pode se adaptar ao tipo de poluição encontrada, ampliando a eficiência sem aumentar custos desnecessários.
Um dos maiores obstáculos da limpeza espacial é que muitos detritos não estão parados. Satélites desativados e fragmentos podem estar girando em alta velocidade, o que dificulta qualquer aproximação.
Nesse cenário, a cápsula da TransAstra precisa sincronizar seu movimento com o do objeto, acompanhando a rotação para conseguir envolvê-lo com segurança.
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Esse processo exige sensores avançados e controles automáticos sofisticados, que garantam a estabilidade do sistema.
Embora seja um desafio, os engenheiros acreditam que é tecnicamente possível, e que a tecnologia de navegação já disponível pode ser adaptada para atender a essa necessidade.
A proposta ganha ainda mais sentido quando combinada com a estação orbital que a ThinkOrbital pretende construir.
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Essa plataforma, de grandes dimensões, funcionaria como uma oficina no espaço, dedicada a analisar, reparar e reciclar o material recolhido. Em vez de tratar os resíduos como sucata, a estação os transformaria em recursos reaproveitáveis para futuras missões.
Esse tipo de estrutura é fundamental porque cria um ciclo sustentável de utilização de materiais.
Em vez de gastar bilhões de dólares com o envio de novos componentes da Terra, seria possível aproveitar o que já está em órbita, reduzindo custos e diminuindo impactos ambientais.
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Os cálculos apresentados pela TransAstra e pela ThinkOrbital mostram que o uso das cápsulas é até seis vezes mais barato do que trazer os detritos de volta à Terra.
Além disso, o consumo de combustível cairia em cerca de 82%, e o tempo necessário para cada operação seria reduzido em 40%. Esses números reforçam a ideia de que o sistema não é apenas viável, mas também altamente vantajoso.
No futuro, esse modelo pode permitir missões contínuas de coleta, criando um ciclo permanente de limpeza da órbita.
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Assim, a ideia de cápsulas esféricas deixa de ser apenas uma solução emergencial e se transforma em uma estratégia de longo prazo para garantir a sustentabilidade do espaço.