Pesquisadores americanos em psicologia deram o nome de "kama muta" à emoção que sentimos quando somos tocados por momentos de conexão humana / Pexels/Dmitry Zvolskiy
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Pesquisadores americanos em psicologia deram o nome de “kama muta” à emoção que sentimos quando somos tocados por momentos de conexão humana, especialmente em situações de partilha ou união entre pessoas
Você já chorou vendo um filme? Já se arrepiou com a vitória do seu time favorito? Ou, durante uma noite especial com amigos, sentiu um calor no peito e uma forte emoção?
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Se sim, você provavelmente já sentiu o kama muta, uma emoção que quase todos nós já experimentamos, mas nem sempre conseguimos nomear. Não é tristeza, nem alegria pura, nem apenas empatia.
O termo foi criado pelo antropólogo e psicólogo americano Alan Fiske, pesquisador da Universidade da Califórnia em Los Angeles. Ele descreve essa emoção como aquela provocada pelo fortalecimento dos laços com outras pessoas.
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Segundo Jon Zabala, pesquisador da Universidade do País Basco, o kama muta “nos leva a acolher e a cuidar dos outros”. Em sânscrito (uma antiga língua indiana), kama muta significa “comovido pelo amor”.
Outro exemplo clássico citado por Janis Zickfeld, professora da Universidade de Aarhus e coautora dos estudos, é o reencontro com um amigo querido que você não via há muito tempo.
A partir dessas observações, foi realizada uma pesquisa em 19 países, com milhares de entrevistas. Os participantes eram convidados a lembrar de momentos em que choraram de forma positiva. Os pesquisadores também mostravam vídeos, como o de um casal se beijando ao longo da vida, desde a juventude até a velhice.
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Os vídeos despertavam muito mais elementos do kama muta do que vídeos tristes ou engraçados.
Em todos os países estudados, os participantes disseram ter sentido essa emoção pelo menos uma vez na vida. Ou seja, o kama muta é universal, não importa sua cultura, idade ou origem.
Quem sente kama muta pode experimentar um aumento de temperatura corporal e uma desaceleração do ritmo cardíaco.
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Hoje, com as redes sociais, o kama muta aparece muito em vídeos virai, como os de gatinhos fofos, diz Fiske. “A vulnerabilidade deles ativa nosso instinto de proteção”, explica.
Mas essa emoção também pode ser explorada com outros objetivos. Fiske alerta que o kama muta está muito presente no marketing, justamente por ser tão eficaz em nos tocar emocionalmente. Ele também pode ser usado na política.
Segundo o The Guardian, anúncios de campanhas tanto democratas quanto republicanas nas eleições americanas de 2016 conseguiram despertar o kama muta nos seus eleitores, o que aumentou o engajamento e a intenção de votar.
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