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Especialistas dão dicas de como identificar se seu relacionamento está sofrendo desse mal e como soluciona-lo
'Fase de colegas de quarto' pode surpreender muitos casais / Freepik
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É perfeitamente normal sentir que seu relacionamento está passando por um período de estagnação, uma espécie de "maré baixa" onde a intimidade e a diversão parecem ter sido substituídas por uma rotina pragmática. Esta é a tão comentada "fase de colega de quarto", que pode, inclusive, prenunciar o fim da relação.
Longe de ser um sinal de falha, essa fase é, na verdade, uma experiência comum e até esperada em relacionamentos de longo prazo. Reconhecê-la e entender seus motivos é o primeiro passo para superá-la e fortalecer ainda mais a conexão a dois.
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Especialistas e histórias reais mostram que, com as ferramentas certas e um pouco de esforço intencional, é possível reacender a chama e transformar a desconexão em uma oportunidade de crescimento e renovação para o casal.
A fase de colega de quarto geralmente se refere a um período de desconexão entre parceiros românticos. É um conceito que Yasmina Elmerkaoui, criadora de mídia social, percebeu ter vivenciado em seu próprio casamento.
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Em entrevista ao portal australiano ABC, a conselheira Jill Dzadey afirma que essa fase é "definitivamente uma coisa real" e uma experiência comum, possivelmente inevitável, em um relacionamento de longo prazo. Ela "nos atinge de forma insidiosa", sem que percebamos imediatamente.
Normalizar essa experiência é fundamental. Yasmina diz que "não há vergonha em sentir que seu relacionamento está em uma espécie de marasmo", e essa aceitação é o primeiro passo para buscar soluções eficazes e reconstruir a parceria.
A vida moderna, com suas inúmeras responsabilidades, é um catalisador para a fase de colega de quarto. Yasmina Elmerkaoui descreve sentir-se "presa na rotina do trabalho ou da criação dos filhos e sentir como se estivesse 'coexistindo com uma colega de quarto'".
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Jill Dzadey explica que ter filhos, por exemplo, traz "muita responsabilidade e obstáculos logísticos", o que exige uma grande adaptação do casal e pode criar uma ruptura na conexão. A administração da vida supera a intimidade.
Outros cenários, como cuidar de um familiar, lidar com doenças, mudanças de carreira ou períodos de trabalho intenso, também "sugam o relacionamento do romance, conexão, diversão e espontaneidade". É crucial reconhecer que "relacionamentos crescem em diferentes estações".
A diretora clínica Rachel Hannam observa que o ressentimento frequentemente acompanha a desconexão. Quando a rotina e a monotonia se combinam com outras responsabilidades e estresses, "o ressentimento pode realmente se infiltrar porque você está exausto".
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Essa exaustão, aliada à percepção de que as coisas não são justas, pode levar a um acúmulo de sentimentos negativos. Tais emoções, conforme a especialista, "resultam em uma falta de intimidade e comunicação entre os parceiros", criando um ciclo vicioso de distanciamento.
É essencial, portanto, que os casais discutam esses sentimentos mais profundos e desvendem suas percepções, em vez de se focar apenas nas questões superficiais. Muitas vezes, "eles não estão brigando por sexo ou dinheiro, estão brigando sobre como se sentem" no relacionamento.
Reconhecer que o relacionamento está em um momento de baixa é um ato de coragem e amor. Yasmina Elmerkaoui sublinha que "tudo bem buscar ajuda se você precisar", incentivando a procurar apoio quando a situação se mostra desafiadora.
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Se a desconexão persiste, ou se o casal sente que está "em apuros se sair para um encontro for difícil", como Yasmina mencionou, é um sinal de que a ajuda externa pode ser benéfica para o casal. Ignorar os sinais pode levar a um agravamento da situação.
A intervenção profissional pode oferecer ferramentas e estratégias para reavivar a comunicação, a intimidade e a diversão, ajudando o casal a navegar pelas complexidades da vida e a fortalecer a parceria para um futuro mais conectado e feliz.