Diário Mais
Com a morte do Papa Francisco, volta à tona a enigmática Profecia dos Papas, que aponta seu sucessor como o último pontífice antes do Juízo Final
Francisco foi o primeiro Papa sul-americano da história / Vatican News/Divulgação
Continua depois da publicidade
A morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21) marca não apenas o fim de um pontificado histórico, mas também reacende uma antiga profecia que tem intrigado teólogos, estudiosos e fiéis por séculos: a Profecia dos Papas, atribuída a São Malaquias. Para muitos, a partida do pontífice argentino pode representar mais do que uma mudança de liderança na Igreja Católica — seria o prenúncio do fim.
A "Profecia dos Papas" teria sido escrita por São Malaquias, arcebispo irlandês do século XII, durante uma viagem a Roma em 1139. O texto contém uma lista de 112 (ou 113) lemas em latim, que descrevem simbolicamente todos os papas desde Celestino II (eleito em 1143) até um misterioso "Pedro Romano", que governaria a Igreja durante o fim do mundo.
Continua depois da publicidade
O documento, no entanto, só foi divulgado publicamente em 1595, quando o monge beneditino Arnoldo de Wyon o incluiu em seu livro Lignum Vitae. O momento de sua publicação — às vésperas de um Conclave — alimentou suspeitas de que a lista pode ter sido parcialmente construída ou manipulada.
Confira os últimos papas da lista e os respectivos lemas proféticos:
Continua depois da publicidade
101. Crux de cruce (Cruz da cruz) – Pio IX (1846–1878)
102. Lumen in caelo (Luz no céu) – Leão XIII (1878–1903)
103. Ignis ardens (Fogo ardente) – Pio X (1903–1914)
Continua depois da publicidade
104. Religio depopulata (Religião devastada) – Bento XV (1914–1922)
105. Fides intrepida (Fé intrépida) – Pio XI (1922–1939)
106. Pastor angelicus (Pastor angélico) – Pio XII (1939–1958)
Continua depois da publicidade
107. Pastor et nauta (Pastor e navegante) – João XXIII (1958–1963)
108. Flos florum (Flor das flores) – Paulo VI (1963–1978)
109. De medietate lunae (Da meia-lua) – João Paulo I (1978)
Continua depois da publicidade
110. De labore solis (Do trabalho do sol) – João Paulo II (1978–2005)
111. Gloria olivae (Glória da Oliveira) – Bento XVI (2005–2013)
112. In persecutione extrema S. R. E. sedebit (Governará durante extrema perseguição da Santa Igreja Romana) – Francisco (2013–2025)
Continua depois da publicidade
113. Petrus Romanus: “Que apascentará as ovelhas em meio a muitas tribulações; passadas estas, a cidade das sete colinas será destruída, e o tremendo Juiz julgará o seu povo. Fim.”
O lema 112, atribuído a Francisco, sugere um tempo de extrema perseguição à Igreja. Muitos acreditam que ele representou exatamente isso: um papa em meio a crises internas, escândalos, polarização política, conflitos mundiais e uma Igreja em transformação. Agora, com sua morte, os olhos se voltam ao último nome da lista: Pedro Romano.
A profecia indica que após o papa número 112, surgirá um último líder: Pedro II, o Romano, que apascentará a Igreja em meio às tribulações finais. Não está claro se esse nome será literal ou simbólico, mas a ansiedade sobre quem será escolhido no próximo Conclave é palpável.
Continua depois da publicidade
Teólogos advertem contra o alarmismo. O padre Ricardo, em artigo publicado em seu site, lembra: “Somente Deus sabe o dia que virá o fim. Jesus Cristo mandou: ‘vigiai e orai’. É isso que se espera de cada católico: que reze pelo Conclave e pelo futuro Pontífice, para que ele nos conduza à fidelidade da Igreja e, um dia, à eternidade”.
A profecia sempre dividiu opiniões. Enquanto uns enxergam padrões impressionantes entre os lemas e os papas da história (como João Paulo II, associado ao “sofrimento do sol”, nascido e sepultado em dias de eclipse), outros veem nela apenas uma construção póstuma, moldada com base na história já conhecida até 1595.
Contudo, o fato de tantos lemas encaixarem — ainda que de forma simbólica — na trajetória real dos pontífices, alimenta o fascínio em torno do mistério.
Continua depois da publicidade
Com a cadeira de Pedro novamente vazia, a Igreja Católica se prepara para mais um Conclave. Mas desta vez, o cenário é diferente: em vez de simples sucessão, há um clima de urgência apocalíptica nos bastidores e nas redes sociais. Grupos tradicionalistas, estudiosos e místicos compartilham análises sobre a profecia e sobre o possível papel do próximo papa como o último pastor da Terra.
Seja verdadeiro ou não, o texto atribuído a São Malaquias continua a instigar. Seria apenas uma coincidência histórica que o pontífice argentino tenha sido o 112º da lista? Ou o mundo testemunha agora os sinais de um capítulo final — não apenas da Igreja, mas da própria humanidade?